domingo, 27 de fevereiro de 2011

óscares e a as apostas

actor secundário: Geoffrey Rush
actriz principal: Natalie Portman
actor principal: Colin Firth
realizador: Darren Aronofsky
argumento original: Christopher Nolan
melhor filme: cisne negro

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

... e José Sócrates responde com medo à moção do partido com paredes à prova de constantes ataques mediáticos


Imagem retirada do Correio da Manhã

o partido com paredes à prova de constantes ataques mediáticos (III)

Daniel Oliveira classifica moção de censura do Bloco de “absurda”.

«Em comentário ontem na SIC Notícias, Daniel Oliveira afirmou ainda que todos os partidos ganharam com esta moção de censura, excepto o próprio Bloco.

Esta é a manobra política mais absurda desde uma moção de censura apresentada por parte do PRD com os resultados que se viram para o próprio PRD”, disse Daniel Oliveira, referindo-se à moção de censura do PRD, em 1987, contra o Governo de minoria liderado por Cavaco Silva e que levou ao fim desse Governo e à conquista de uma maioria absoluta social-democrata.

Para o comentador e ex-dirigente bloquista, a estratégia do grupo de Loução só tem duas leituras: “Ou o Bloco quer eleições antecipadas e entrega o poder á direita, ou apresentou-a para não ser aprovada, uma vez que implorou ao PSD para que não a aprovasse”.

Para Daniel Oliveira há três vencedores - PS, PSD e PCP – que saem desta moção de censura e um derrotado, que é o Bloco, afirmando que o PS “ganha um balão de oxigénio” e pode esperar o fracasso de outras moções, o PSD faz o papel de partido responsável e o PCP dá a entender que foi preciso anunciar a ideia de uma moção para o Bloco ir atrás.

“Será que o Bloco quer pedir desculpa pelo apoio dado a Alegre nas presidenciais?”, lança Daniel Oliveira que acusa ainda o Bloco de Esquerda de lançar a moção só daqui a um mês “para aparecer um mês nos Telejornais”.»

[Público]

o partido com paredes à prova de constantes ataques mediáticos (II)

"A decisão, ao que parece, tomada durante uma reunião da comissão política com o grupo parlamentar, na terça-feira, traduz o mais profundo desrespeito da comissão política e do grupo parlamentar pelo grupo de 80 aderentes que, estatutariamente, constituem a mesa nacional", afirma o bloquista, na carta dirigida à mesa nacional, a que a agência Lusa teve acesso.

O bloquista recorda que a mesa nacional é o "órgão máximo entre convenções", mas "tem sido chamada a ratificar muitas decisões já assumidas", citando o exemplo do apoio a José Sá Fernandes na Câmara de Lisboa.

"Seria um atentado à minha inteligência continuar a participar num órgão que não exerce as competências que lhe são conferidas estaturiamente e observar passivamente a contínua e repetida ultrapassagem da comissão política e do grupo parlamentar", afirma.

Apesar de considerar que "o Governo merece uma censura política no Parlamento", Paulo Silva admitiu ter "as maiores dúvidas" sobre esta moção de censura, considerando que PSD e CDS vão rejeitá-la com base na "argumentação tipicamente de esquerda".

Para o agora ex-membro da mesa nacional, o BE quer "demarcar-se muito rapidamente do PS", após o apoio a Manuel Alegre nas presidenciais, e "roubar espaço" ao PCP, que já admitira apoiar uma eventual moção do PSD ou avançar com uma própria.

"Não estou nos órgãos dirigentes de um partido que se alia ao PS e que cá dentro é cada vez mais parecido com o PCP"

[Via SIC]

Eu ofereço-me desde já para ajudar! (II)

Há coisas que não me custam a entender. Este também dava um bom titulo para isto que pode ser lido aqui:Moção divide núcleo duro do Bloco de Esquerda.

Ainda há pouco tempo me ofereci para ajudar o Bloco para atirar a moeda ao ar.
Desta vez parece que é mais grave. Mas fica aqui o registo: se precisarem de alguém para "meter gelo", estou disponível para ajudar.

o partido com paredes à prova de constantes ataques mediáticos



Há coisas que me custam entender. O Bloco tem razões para censurar o governo. O Bloco tem razões para censurar o governo, do seu ponto de vista, pelas políticas que o mesmo governo tomou, em parte, segundo a linha de orientação do PSD. O Bloco usa então um instrumento de repulsa contra o governo, apresentando uma moção de censura. Obviamente que a moção de censura se dirige directamente ao governo e não ao PSD, mas se a carapuça assenta a esse partido, o que esperam?

E epá, dizer que esta moção é um pretexto para o Bloco ter desculpas para não aprovar uma (eventual) moção do PSD é quase quase tão ridículo como não conseguir admitir que o governo se iria manter durante este mês, a bem ou a mal, por pressupostos constitucionais. O Bloco sugere uma moção para o primeiro dia que uma moção poderá ter efeito. Mais cedo não poderia ser, mas sim, o Bloco está a dar tempo ao governo.




Divirtam-se

Puro show-off.

Sobre este forrobodó (relembro que as palavras em lingua estrangeira têm que ser traduzidas para os gajos da esquerda perceberem), tenho a dizer mais 2 coisas:

1) Concordo com o Marcelo disse este domingo à TVI: “Moção do Bloco de Esquerda é um show-off sem consequências nenhumas. É um show-off a prazo. Dá um mês ao Governo e portanto, objectivamente, não sei se foi um frete ao Governo, ajustado entre os dois. Agora que, objectivamente, é um favor ao Governo, é. Dá um mês em que se especula sobre uma moção que não tem consequências nenhumas”.

2) Concordo inteiramente com este post de Luís Filipe Coimbra do 31 da Armada: "Previsões: tudo à espera da "censura final" de Anibal Cavaco Silva?"

"O Bloco de Esquerda deu o pontapé de saída para as quatro moções de censura ao governo que a partir de 10 de Março irão a votos na Assembleia da República, cada uma a seu tempo de acordo com as agendas políticas de cada Partido da oposição.

Pressuposto do BE: PSD e CDS nunca viabilizarão tal moção. Objectivo lógico e prático do BE: arranjar justificação para depois inviabilizar qualquer moção de censura do PSD ou CDS, ou seja, garantir a manutenção no poder deste PS e evitar eleições legislativas antecipadas (dão sinais de que fogem delas como o diabo da cruz...).

Teremos assim que quatro partidos políticos (CDS, PSD, PCP e BE) representantes democráticos da maioria dos portugueses, irão censurar este (des)governo, mas previsivelmente sem qualquer efeito prático.

Acontece que Cavaco Silva também foi eleito pela maioria dos portugueses. E também ele percebeu há muito que este PS já não tem qualquer espécie de credibilidade a nível internacional ou doméstico (por lá os juros da dívida continuam a subir, por cá e entre as eleições de 2009 e as de agora, perderam mais de 1,3 milhões de votos).

Para o bem ou para o mal, não sendo a Assembleia terá de ser o Presidente a acabar com esta farsa. Vai uma aposta?"

Creio que está tudo dito. Ponto final.

Entretanto, na Venezuela (II)

Ficou escrito aqui no domingo das presidenciais que Hugo Chavez tinha ligado a José Sócrates a dar-lhe os parabéns pela confusão nestas eleições.

Ontem, parece que foi a vez de Chavez ter ligado para o Louça a felicitar o facto do BE ter começado a dispender aquela coisa que os sacanas da direita chamam de democracia:

O BE teve uma demissão na mesa nacional. Paulo Silva sai devido ao "profundo desrespeito" por este órgão que reuniu cinco dias antes de Francisco Louçã anunciar a dita moção da vergonha, ups! desculpem, censura. Parece que o assunto não foi à mesa...

Normal, Fernando. Normal.

Agora sim. Agora não. É mais do mesmo: espectáculo político.

Um excelente resumo feito pelo 31 da Armada. está aqui tudo:



E quando digo tudo, é mesmo tudo: desde os sacanas da direita que já "começaram a afiar as facas para tentar disputar o poder" até à jogada política de dizer hoje que não e amanhã que sim, como também refere aqui o Luís de Aguiar Fernandes.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Censuramos



Artigo 194.º
(Moções de censura)

1. A Assembleia da República pode votar moções de censura ao Governo sobre a execução do seu programa ou assunto relevante de interesse nacional, por iniciativa de um quarto dos Deputados em efectividade de funções ou de qualquer grupo parlamentar.

2. As moções de censura só podem ser apreciadas quarenta e oito horas após a sua apresentação, em debate de duração não superior a três dias.




Sim, é o que diz a constituição; isto é, uma moção recai sobre um "um assunto relevante de interesse nacional". É por isso que há moções que têm por substrato o facto de o interesse nacional ser defendido pela aprovação de medidas de direita, e é por isso que há moções que têm por substrato o facto de ser de interesse nacional impedir a contínua aprovação de medidas de direita. (para uma definição concisa do que é uma medida de direita, consultar a Wikipédia ou o orçamento de estado).

A moção que o bloco se propôs apresentar é uma moção que procura censurar as medidas de um governo que acha profícuo flexibilizar o mercado laboral e cortar nos apoios sociais, por exemplo. Medidas que, justamente, fazem salivar a direita.

Dizem: o bloco dá um tiro no pé. Talvez. O bloco dá um tiro no pé se a moção for aprovada, se houver eleições e se for eleito um governo de direita. O que o bloco fez até agora foi pegar na arma e carrega-la.

Para o bloco dar o tiro no pé, o PSD, que é um partido de direita, terá que aprovar uma moção que visa combater medidas de direita. No mínimo chama-se crise de identidade. O que nos leva ao ponto delicioso, em que, para que o bloco dê um tiro no pé, o PSD tem que dar dois tiros no pé: um ao aprovar uma moção com uma orientação com a qual não concorda. Outro, ao ser eleito com um programa de governo que dá maximiza ou dá continuidade ás medidas tomadas pelo governo anterior que levaram esse governo a cair, e que permitiram que o PSD apresentasse esse programa de governo.



O monstro vem ai!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um dia...

... ainda te vou pedir uma ficha de inscrição .

Estou no bom caminho ou não, sr Fernando?

Deixa-te estar pois tens as costas quentes. Está tudo ok e eu gosto como tu me mentes. Como tu me mentes.

and now for something completely different (IV)

A Novela

Desde que a Aldeia aparece nos manuais de história que o Oito é o seu habitante mais afável. Correm boatos que não é como os outros residentes, que em vez de respirar graceja, e isso, é o que lhe enche os pulmões de vida. Chega, não obstante, a ser irritante, como daquela vez em que empurrou o Nove do sexto piso do edifício da junta de freguesia. O Nove era enfezado e passava os dias a regar as plantas da Aldeia. Era organizado, meticuloso e aborrecido. Numa das vezes em que regava papoilas de uma varanda, o Oito encontrou-o e deteve-se, caminhou em bicos dos pés e deu-lhe uma pancada nas costas como quem diz Então pá! e o Nove, por ser assustadiço, deu um salto e caiu da varanda. Não se sabe se foi descuido ou se houve pitada de pré-meditação, o certo é que o Oito há muito se queixava de perseguição, murmurando achar que o Nove andava atrás dele, sempre e para todo o lado. Quando caiu, o Nove partiu a perna, mas o que mais o chateou foi não ter conseguido impedir que a sua cabeça fosse esbarrar contra o Três. Se há habitante contra quem não queremos esbarrar , é o Três. O Três é um ex-militar que combateu em todas as guerras que envolveram a Aldeia. Robusto, o treino marcial deu-lhe músculos curvados e a guerra deu-lhe o sentimento animal de contrair tédio em tempos de paz. Tédio que procurava acerrimamente afastar em brigas mais ou menos regulares. Por isso, ninguém queria esbarrar com ele. Se o Nove ainda tivesse perna, certamente não iria esbarrar com ele. Após a colisão, logo o Três pegou na cabeça que contra ele foi e pensou, com o cérebro de quem não deve muito à astúcia, que aquela bola algo teria a ver com o Zero. Foi então tocar à campainha do loft onde vivia o Zero, que rapidamente apareceu à porta, de roupão e a fumar. Perguntou o Três, O filho é teu? Pouco se sabe acerca do Zero. É um habitante que se não existisse, tinha que ser inventado. O Zero respondeu Vai-te fuder e começou a chorar. Dizem que o Zero é estéril. Claro que também ouviu os ensinamentos, Crescei e multiplicai-vos, mas até agora, tudo o que conseguira foi crescer. O Três sempre achou o Zero um pouco dado a demências então, não insistiu na briga, limitou-se a cuspir na porta e bramir Não vales nada. Mal o Três sabia, que o Zero era de direita.