Da Série The Funniest Joke in the World (I) - SMBC’s Hide and Seek
Deste post podem esperar:
1) uma breve introdução à série (conteúdo, razão de ser, pontas soltas para compor um texto);
2) uma piada com comentários on the side.
1)a
Mais uma série. Esta é dedicada a things I find funny, sejam vídeos, textos, tiras BD, tiradas, conversas que participei, que assisti de soslaio ou que ouvi dizer. O título vem dos Monty Python, quem mais. É o início da 'The Funniest Joke in the World'. É o último esqueteche do primeiro episódio do Flying Circus, segundo a contra capa do DVD, e é ótimo. Já devem conhecê-lo mas ora bolas, é o video que faz sentido para a série, é um vídeo da Série de humor; tinha de pô-lo.
Quem me conhece, sabe que eu gosto de humor. Mais, que eu penso sobre o assunto e que eu racionalizo sobre what’s funny in the funny. É uma tendência das pessoas de filosofia, perguntarem-se “o que é?” numa variante de ‘Mais Platão, menos Prozac’ — ‘Mais Platão, menos Erva’. Digo isto por duas razões:
a) ouvi dizer que as pessoas ganzadas tendem a achar graça a coisas que de outro modo não achariam.
a) ouvi dizer que as pessoas ganzadas tendem a achar graça a coisas que de outro modo não achariam.
b) Platão, na personagem se Sócrates, perguntava: o que é a Justiça? (Laques), o que é o Amor? (O Banquete) — mas também perguntas menos conhecidas como: o que é um bom puré? (Hípias Maior). True story. Platão é divertido e lê-se bem e sem porquê, e cito, “só porque dá aquela palha” (Platão, Hípias Maior, 1040b).
c) pela funny quote do Bertrand Russell que dizia que os filósofos respondem a perguntas que surgem naturalmente a crianças (“o que é…?”) com métodos que surgem naturalmente a advogados. (Mas na verdade, diz que parece que é um misquote.)
Terminei a introdução da série, falei dos Monty Python e do Platão. Vamos ao episódio de hoje.
2)
A BD Saturday Morning Breakfeast Cereal (SMBC), web comic de Zach Weiner(smith). Apresentou-ma Alexander Kustov, figura ímpar na IJC, lá no clube (yeah, I know my audience well…). Desde aí ganhei muito tempo a lê-la e a achá-la o máximo. (Hei-de encomendar os livros.) O autor consegue viver do SMBC (publicidade e tal). Tal como os 5aseco de há duas semanas atrás (sim, estive doente e não postei a semana passada), o modelo de negócio depende de passa palavra e promoção online. Esta é uma contribuição minha.
(É curioso notar como soa bem ‘esta é a minha contribuição’ vs. como soa mal ‘esta é uma minha contribuição’, o artigo indefinido junto ao pronome. E isto independentemente desta última soar como ‘…ma_minha’ mas ‘o maminha’ não faz concordar o género do artigo com o substantivo.)
A strange turn to the game 'Hide and Stab'. Uma pessoas ri-se duas vezes. A primeira, com a possibilidade de alguém confundir ‘tag’ com ‘stab them to death’ e no horror desse jogo. A piada é perfeita. Pega em algo que nos é perfeitamente familiar e do nosso imaginário de criança e torna-o absolutamente inesperado — e macabro (já existe um sentimento estranho pelas personagens n\ao serem, aparentemente, crianças).
E completa com perfeição este climax do jogo que está prestes a acontecer concluindo que sim, alguém confundiu — a very strange turn — mas a confusão é a oposta à esperada — …our game of Hide and Stab. E mais, a consequência é inóqua: a desilusão de quem se deixa apanhar e não é esfaqueada — 'estás a fazer batota! arrebenta a bolha!'
Termino com mais um exemplo do brilhantismo do SMBC. Espero que gostem. (Obrigado Alex.)
Props