sábado, 22 de janeiro de 2011

As presidenciais e a abstenção (II)

Leitura obrigatória: "Não vou votar" do CAA

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1. Na prática das últimas décadas percebeu-se que este é o lugar público onde se torna mais perceptível a directa relação entre a dimensão do cargo e a daquele que o exerce. Se o seu titular se reduzir a ser um "Presidente do Conselho Fiscal do Formalismo Constitucional", como sucedeu com Cavaco Silva (e com nove anos e meio dos dez de Jorge Sampaio), então não faz qualquer sentido persistir em elegê-lo por sufrágio directo e universal.
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2. Esta tentativa forçada de desculpabilização é contraproducente - acaba por desvendar que, afinal, o PR não faz qualquer diferença. Se o PR não influenciou as muitas desgraças que nos têm sucedido, então para que é que serve? É um mero distribuidor de alguns cargos e muitas duvidosas honras? Consistirá num simples produtor de avisos ou numa espécie de moralista do caos sem força palpável nos destinos colectivos? E será democraticamente adequado sujeitar o País a eleições presidenciais quando a omissão política do PR é um dado esperado e aceite pela exígua minoria que conhece a Constituição?
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3. Não vou votar porque sei que isso seria um acto inútil e ilusório. E, ainda, porque a abstenção consciente, hoje em dia, é a melhor forma de expressar o repúdio por este sistema em que nos afundámos

2 comentários:

  1. Antigamente diziam por aí que queriamos votar mas não podiamos.
    Agora que podemos votar, não votamos.
    Que mais falta inventar ?

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  2. Concordo plenamente. Quem, como eu, acha que votar para um "presidente do conselho fiscal do formalismo constitucional" é um "acto inútil e ilusório" não fica em casa, vota nulo.
    Acaba por ser um acto mais consciente do que votar no Coelho.

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