Considero-me um filho pródigo deste blog, vou e reapareço em manhãs de nevoeiro para pedir mais dinheiro aos pais, e dizer um monte de barbaridades que muitas das vezes me fazem pensar onde é que um ser tão pequenino consegue arranjar tanto material inútil para dizer.
Supõe que um dia decides finalmente perder o medo, e entras numa casa de banho pública para defecar. Supõe também que assim que entras no teu cubículo, coberto com poesia de casa de banho, deparas-te numa situação um pouco constrangedora, tens um padre e um muçulmano, em cada um dos teus cubículos vizinhos.
- então meu filho o que te fez vir aqui hoje confessar os teus pecados?
-confessar os meus pecados?!? Eu vim mas é cagar!
-meu filho que palavra feia de se dizer. Não queres ir para o céu?
-épa, desculpem me meter na conversa mas o nosso céu tem quarenta virgens á tua espera, rapaz. Na minha opinião é muito mais compensador…
-ai é? E quanto ao acto de beber vinho? E cantar?
-vinho e qualquer outra bebida alcoólica. Ficas privado de qualquer um desses “prazeres”!
-posso ter uma palavra no assunto ao menos?
-agora não meu filho. Reza dois pai-nossos e três ave-marias e quando saíres deixa uma grande esmola no ofertório para a remodelação da casa do Senhor que ta a precisar de obras, mais especificamente uma casa de banho nova…
Finalmente soltei o ultimo peso dentro de mim, enquanto eles discutiam qual a verdadeira religião. Saí de lá e um breve suspiro saiu de entre os meus lábios:
-Dai-me paciência, Misericordiosa Ganeesha!
Sinceramente este texto era para ficar pura e simplesmente no segundo parágrafo. Gosto da ideia do “supõe que…” pois dá largas a imaginação do leitor mas assim posso dar-lhe uma conclusão…
Cada religião vende as suas merdas como pode!
"Recusávamos também uma Universidade tecnocrática, que abdicasse de ser um centro humanista e autónomo de investigação", disse.
Segundo o antigo dirigente afecto à corrente do Conselho das Repúblicas, cuja lista encabeçada por Alberto Martins venceu as eleições da AAC, pouco antes da Crise, "a Universidade fascista está hoje afastada".
"Mas está em campo o segundo obstáculo contra o qual lutávamos: uma Universidade em que o saber é visto como uma mercadoria ao serviço da vertigem económica e financeira global, de acordo, aliás, com as concepções do Banco Mundial", acentuou.
in Jornal de Notícias
Se passaram 40 anos e parece que foi ontem, resta trabalhar para que tais tempos passados fiquem onde devem ficar: na história.
Espero um dia rir-me da altura em que se tentou mercantilizar a todo o custo a educação, elitizando o acesso ao ensino e permitindo a progressiva entrada de empresas privadas na gestão das instituições. Espero troçar da triste época em que trocar a ciência e procura de saber pela tecnocracia e robotizarão era um hábito e uma ferramenta dos que viam nas universidades única, e exclusivamente moldes de mão-de-obra ou viveiros de formigas, pré-determinadas a encher o celeiro de duas ou três cigarras doutoradas em usurpação.
Hoje, ainda não posso (rir-me), tanto que está a chegar o prazo de pagamento da segunda prestação da propina.
PS. Hoje, na mesma Coimbra, deixaram de ser servidas refeições na cantina social da faculdade de economia, por falta de condições materiais. A alternativa, é agora almoçar por 6 euros no bar mais próximo.