domingo, 30 de janeiro de 2011

Sit on my face (I)

Luís Fernando Veríssimo começa um conto (do começo) de “Peças Íntimas” com um “Merda! – disse a Madre Superiora”, e eu invejo a sua capacidade de começar uma história.



É definitivamente difícil explorar uma ideia sem cair nos iniciais advérbios de modo que dão um ar sério e formal a mais uma parvoíce sem significado. E como sou um ser preguiçoso, vou partilhar com os nossos caros 3 leitores ideias para uma eventual história – podem imaginar como seria boa se fosse escrita pelo nosso Fernando.



- A maneira mais fácil que a Ana encontrou para partilhar com os pais que tinha um namorado foi informar que estava grávida, e que o bacanal foi tamanho que teria sorte se a criatura não nascesse peluda ou a ladrar. Passado um dia diria que era brincadeirinha, e que apenas tinha arranjado um namorado. E lavadinho.



- Se a história da Cinderela fosse pensada hoje, experimentaria ela sapatos ou sutiãs? E se no âmago da procura do par desaparecido se encontrasse a experimentação de roupa íntima, seria melhor se fosse um filme infantil ou pornográfico?



- Imaginem uma praia cheia, ambiente absolutamente perfeito, mamas, sol intenso… quando se junta uma multidão ali fundo, barulho, confusão, pedido de ajuda, ambulância, mais multidão. A câmara aproxima-se sorrateiramente, furando o aglomerado de pessoas, fala-se em respiração boca a boca, primeiros socorros, etc. De repente silêncio profundo, e percebe-se o que se passou. A cerveja morreu.



- Ainda em ideias para crianças, se a Bruxa de hoje fosse uma pessoa verdadeiramente doentia, acham que a Branca de Neve morria com um tampão envenenado?



- Preservativos fluorescentes parecem ser uma ideia divertida. Vem logo a possibilidade de brincar com sorrisos brilhantes, quando a luz falha, no baptizado do primo, no dia seguinte. O Marido estava em França.



- Pensada pelo Tiago Novo. Obrigado. Gostava de ter uma Amália na minha vida, fulminar um bruto sentimento unilateral não partilhado, só para tornar a dor da história mais bonita. E ela perguntaria “Vens?” e eu responderia “Vou Amália”, e pensava baixinho “Vou Amália para sempre”.



Um dia escrevo uma destas a sério.



“Merda! – disse a Madre Superiora. Não se assuste, é que eu sempre quis começar um conto assim. Na verdade, o conto não tem nada a ver com isso. Na verdade, o conto termina aqui.”



A inveja é um sentimento feio.

Deolinda no Coliseu de Lisboa

Não há palavras para descrever o concerto da Deolinda. Ficam aqui as últimas 2 músicas que têm uma sequência dado que a 2ª música é a resposta à 1ª.
A 1ª é uma música nova que está a estrear. Contem uma mensagem muito forte e agressiva e é absolutamente arrepiante e realista. Mostra muito bem como está a nossa sociedade e como é a mentalidade que os socráticos nos impuseram.
A 2ª já é conhecida por todos nós, uma vez que é do 1º álbum da Delinda.

Que parva que eu sou!

Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais

E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Movimento Perpétuo Associativo

Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!

-Agora não, que é hora do almoço...
-Agora não, que é hora do jantar...
-Agora não, que eu acho que não posso...
-Amanhã vou trabalhar...

Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!

-Agora não, que me dói a barriga...
-Agora não, dizem que vai chover...
-Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...

Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, e é esta a direcção!

-Agora não, que falta um impresso...
-Agora não, que o meu pai não quer...
-Agora não, que há engarrafamentos...
-Vão sem mim, que eu vou lá ter...

As prendas do Presidente



Parece que um antigo Presidente da República gabou-se de ter recebido prendas de Natal que não cabiam em três salas: "As prendas de Natal não cabiam em três salas. Era sempre a mesma coisa, mas, para mim, era absolutamente indiferente quem me estava a dar a prenda. (...) Nunca comprei uma caneta ou um relógio, mas nunca me senti minorado na minha honestidade por causa disso."

Sobre este escândalo político, a ler Nuno Gouveia no blog 31 da Armada:
"Os políticos portugueses, e aqui acredito que não existam grandes excepções, esquecem-se que enquanto ocupam um cargo público estão a representar o povo e não a si mesmos. Por isso, as prendas que recebem durante o exercício dos cargos (e não me refiro obviamente às prendas dos familiares) deveriam ser consideradas como ofertas ao titular do cargo público. Seria bom seguir-se o exemplo que vem dos Estados Unidos, pelo menos para os cargos de Presidente da República, membros do Governo e Presidentes de Câmara. O Presidente pode usufruir dos presentes que recebe enquanto está na Casa Branca. Mas, se porventura quiser ficar com eles depois do mandato terminar, tem de os comprar ao governo, pois são ofertas ao Presidente dos Estados Unidos e não ao individuo que ocupa o cargo. A esmagadora maioria dos presentes acabam por ser doados a instituições de apoio social, enquanto apenas uma ínfima parte fica com o Presidente (os que ele comprar). As prendas mais simbólicas, nomeadamente de líderes estrangeiros, são normalmente usadas nas Bibliotecas Presidenciais."

Cada vez percebo mais a utilidade de termos um Presidente da República. Enfim.

Recebido por email

De gauche ou de droite ?‏

Quando um tipo de direita não gosta de armas, não as compra.
Quando um tipo de esquerda não gosta de armas, quer proibi-las.

Quando um tipo de direita é vegetariano, não come carne.
Quando um tipo de esquerda é vegetariano, quer fazer campanha contra os produtos à base de proteínas animais.

Quando um tipo de direita é homossexual, vive tranquilamente a sua vida como tal.
Quando um tipo de esquerda é homossexual, faz um chinfrim para que todos o respeitem.

Quando um tipo de direita é prejudicado no trabalho, reflecte sobre a forma de sair desta situação e age em conformidade.
Quando um tipo de esquerda é prejudicado no trabalho, levanta uma queixa contra a discriminação de que foi alvo.

Quando um tipo de direita não gosta de um debate emitido por televisão, apaga a televisão ou muda de canal.
Quando um tipo de esquerda não gosta de um debate emitido por televisão, quer prosseguir em justiça contra os sacanas que dizem essas sacanices. Se for caso disso, uma pequena queixa por difamação será bem-vinda.

Quando um tipo de direita é ateu, não vai à igreja, nem à sinagoga, nem à mesquita.
Quando um tipo de esquerda é ateu, quer que nenhuma alusão à Deus ou a uma religião seja feita na esfera pública, excepto para o Islão (com medo de retaliações, provavelmente).

Quando um tipo de direita tem necessidade de cuidados médicos, vai ver o seu médico e, seguidamente, compra os medicamentos receitados.
Quando um tipo de esquerda tem necessidade de cuidados médicos, recorre à segurança social.

Quando a economia vai mal, o tipo de direita diz que é necessário arregaçar as mangas e trabalhar mais.
Quando a economia vai mal, o tipo de esquerda diz que os sacanas dos proprietários são os responsáveis e punem o país.

Teste final:
Quando um tipo de direita leu este teste, fá-lo seguir.
Quando um tipo de esquerda leu este teste, não o reenvia de certeza.


NOTA: O original deste texto é em Francês. Foi traduzido para português, para que os da esquerda também o pudessem perceber.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ainda sobre as presidenciais....

... alguém sabe como se chamam os "Presidentes do Conselho Fiscal do Formalismo Constitucional" ou os "Presidentes das Repúblicas" da Espanha, Inglaterra, Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Luxemburgo ou Bélgica?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ainda sobre as presidenciais....

... alguém sabe como se chama o 1º ministro francês?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sobre os Votos brancos + nulos

A ler:

1) 2016: António Barreto do Henrique Raposo

2) Votos em branco (ou como o sistema se protege a si mesmo) do CAA

3) Um consolinho para aquela esquerda que está a lamber as feridas do Luis Rocha

Entretanto, na Venezuela

Hugo Chavez já soube das novidades de Portugal e ligou a José Sócrates a dar-lhe os parabéns pela confusão nestas eleições.

[Via 31 da Armada]

domingo, 23 de janeiro de 2011

Confesso que foi uma escolha difícil

Já dizia o Woody Allen

"In my next life I want to live my life backwards. You start out dead and get that out of the way. Then you wake up in an old people's home feeling better every day. You get kicked out for being too healthy, go collect your pension, and then when you start work, you get a gold watch and a party on your first day. You work for 40 years until you're young enough to enjoy your retirement. You party, drink alcohol, and are generally promiscuous, then you are ready for high school. You then go to primary school, you become a kid, you play. You have no responsibilities, you become a baby until you are born. And then you spend your last 9 months floating in luxurious spa-like conditions with central heating and room service on tap, larger quarters every day and then Voila! You finish off as an orgasm!"
— Woody Allen

sábado, 22 de janeiro de 2011

A minha prenda para a Mentira

"Lord have mercy on this land of mine
We all gonna get it in due time"

As presidenciais e a abstenção (II)

Leitura obrigatória: "Não vou votar" do CAA

(..)
1. Na prática das últimas décadas percebeu-se que este é o lugar público onde se torna mais perceptível a directa relação entre a dimensão do cargo e a daquele que o exerce. Se o seu titular se reduzir a ser um "Presidente do Conselho Fiscal do Formalismo Constitucional", como sucedeu com Cavaco Silva (e com nove anos e meio dos dez de Jorge Sampaio), então não faz qualquer sentido persistir em elegê-lo por sufrágio directo e universal.
(..)
2. Esta tentativa forçada de desculpabilização é contraproducente - acaba por desvendar que, afinal, o PR não faz qualquer diferença. Se o PR não influenciou as muitas desgraças que nos têm sucedido, então para que é que serve? É um mero distribuidor de alguns cargos e muitas duvidosas honras? Consistirá num simples produtor de avisos ou numa espécie de moralista do caos sem força palpável nos destinos colectivos? E será democraticamente adequado sujeitar o País a eleições presidenciais quando a omissão política do PR é um dado esperado e aceite pela exígua minoria que conhece a Constituição?
(..)
3. Não vou votar porque sei que isso seria um acto inútil e ilusório. E, ainda, porque a abstenção consciente, hoje em dia, é a melhor forma de expressar o repúdio por este sistema em que nos afundámos

As presidenciais e a abstenção

A Sábado faz esta semana, na minha opinião, um resumo muito bom das presidenciais em geral e da campanha em particular, como se pode ver na imagem abaixo:

Porque é que você deve ir votar:
0.

Porque é que você não deve ir votar:
1. Porque Cavaco Silva só falou agora dos defeitos do Governo, que ajudou a esconder durante anos, tornando-se cúmplice silencioso dos erros políticos.
2. Porque acha que é tão superior aos eleitores que entende não ter de dar explicações sobre as suas ligações ao BPN.
3. Porque não consegue ser claro sobre a forma como pretende aplicar os seus poderes no segundo mandato, se protegendo o Governo até ao limite do tolerável se despedindo o primeiro-ministro até à primeira oportunidade.
4. Porque fala genericamente dos sacrifícios que os portugueses terão de fazer no futuro, mas aproveitou todas as oportunidades para, durante a campanha, criticar os cortes na função pública, ajudando assim a perpetuar a ideia de que a crise se resolve não mudando nada de substancial.
5. Porque Manuel Alegre não conseguiu sair dos anos 70 e, por isso, acha que estas eleições são “uma luta de vida ou de morte para a democracia” e insiste em apresentar como o principal ponto do seu currículo o facto de ser um “velho resistente “antifascista”.
6. Porque tenta convencer os eleitores os eleitores de que o recurso ao FMI é uma espécie de invasão militar estrangeira e não o último recurso dos países pobres e incompetentes
7. Porque nem sequer consegue explicar os detalhes das suas relações com o BPP.
8. Porque Fernando Nobre é o continuador da triste tradição portuguesa dos homens puros que querem entrar na política apesar de dizerem que odeiam a política.
9. Porque nem sequer consegue articular duas frases coerentes a explicar o que pensa e o que quer – se é que quer ou pensa alguma coisa.
10. Porque usa o seu trabalho numa ONG como medalha moral que supostamente o coloca acima dos outros candidatos.
11. Porque usa a palavra “cidadania” a cada três frases.
12. Porque Francisco Lopes se limitou a fazer o percurso pelos enclaves operários clássico dos comunistas, com a indignação clássica dos comunistas e com a demagogia clássica dos comunistas
13. Porque Defensor Moura resumiu o seu programa a três frases sobre o BPN.
14. Porque José Manuel Coelho tem como único programa político humilhar publicamente os adversários, mas nem isso consegue fazer.

Conclusão: A classe política portuguesa gosta de falar da abstenção como se fosse um crime político cometido por preguiçosos que acham indiferente viver em democracia ou em ditadura. Obviamente, é mentira.

Venha o FMI, quanto antes. (XII)

Este é o último e até faz algum sentido acabar esta rúbrica no número doze. Afinal de contas, este será o número que os portugueses nunca esquecerão. Doze não é mais do que o número de anos que o PS esteve à frente do Governo nos últimos 15 anos.
De facto, não desresponsabilizando o Cavaquismo pelo aumento do “monstro” (porque ele tem culpas no cartório), temos de agradecer aos Socráticos por o terem alimentado ainda mais.
Chegamos a uma altura em que as soluções não são muitas e não são fáceis. No entanto, e concluindo todo a lógica que tenho vindo a montar nos últimos dias (I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X e XI), eu proponho uma solução para acabar com este monstro e para acabar com os lobbies: a entrada do FMI, como bem defende (e defendeu há 2 anos) César das Neves à revista Sábado.

“A entrada do FMI seria um problema para os lobbies”

O economista João César das Neves disse, ao DN, que os lobbies não querem que o FMI intervenha em Portugal. Á Sábado, assegura que, quando este chegar ao país, não cederá a pressões nem a interesses.

A que lobbies se refere?

A situação actual em Portugal é devida, sobretudo, ao facto de termos uma quantidade de interesses que capturaram o Governo. Esses lobbies são de sectores, empresas, sindicatos, funcionários, médicos, professores que criaram a crise do Orçamento do Estado.

Com o FMI em Portugal, haveria um controlo maior?

Quando o FMI entrar não cederá a este tipo de pressões, que neste momento estão a dificultar a austeridade ou a fazer com que a austeridade caia ao lado e não em cima deles. Com o FMI, podia fazer-se o que é necessário sem ceder aos interesses mais influentes politicamente.

Se o FMI tivesse vindo há um ano estaríamos melhor?

Fiz essa proposta há quase 2 anos. Se tivéssemos ido directamente ao FMI, sem sermos forçados pelos mercados, as condições seriam menos graves, porque o buraco seria bastante menor e teríamos tomado medidas mais cedo. O Orçamento de 2010 já era suposto ser austero e não foi.

Acha que ainda não foram pedidos sacrifícios sérios aos portugueses?

A crise até agora só caiu em cima dos desempregados e das empresas falidas, que são uma pequena percentagem. Se este Orçamento for aplicado, haverá subida de impostos, redução de salários e mais gente a sofrer, não esta injustiça que recai sobre os desgraçados do costume.

Hum Hum

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Porquê resistir?

PARABÉNS MENTIRA!!

Em dia de Aniversário, proponho uma música para o bailarico, com o alto patrocínio da "grade mine":



Eis a letra:
A Luciana teve uma menina, que tem um nome que não há memória.

A Luciana teve uma menina, que tem um nome que não há memória.
(Em coro)

Nasceu há dias e já está marcada, ai coitadinha é a Lyonce Viiktória.

Nasceu há dias e já está marcada, ai coitadinha é a Lyonce Viiktória.
(Em coro)

Mas como se escreve?!
Mas como se escreve?!
Mas como se escreve o nome da criança?!

Eu sei lá, sei lá!
Eu sei lá, sei lá!

(Musical)

Temos uma...Lyonce Viiktória, Lucy e Djaló escreveram na internet.

Temos uma...Lyonce Viiktória, Lucy e Djaló escreveram na internet.
(Em coro)

Não percebi se era nome de menina ou uma carrinha de caixa aberte.

Não percebi se era nome de menina ou uma carrinha de caixa aberte.
(Em coro)

Mas como se escreve?!
Mas como se escreve?!
Mas como se escreve o nome da criança?!

Eu sei lá, sei lá!
Eu sei lá, sei lá!

Tem um L e um I, não é um I, é um Y..e dois i's seguidos e uma raiz quadrada.

Eu sei lá, sei lá!
Eu sei lá, sei lá!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Venha o FMI, quanto antes. (XI)

"Ao ponto a que as coisas chegaram, é muito difícil evitar a entrada do FMI", disse o administrador do Banco Europeu de Investimento (BEI) à Renascença.

"A tese do meu partido não tem pés para andar, não vale a pena fingir que estamos num mundo cor-de-rosa ou que se vai resolver amanhã, a situação é extremamente grave", adiantou ainda o ex-ministro socialista.

Para João Cravinho, "o grande problema de Portugal não é o das finanças públicas, mas sim não haver crescimento", sustentando que, no actual cenário de endividamento, os portugueses enfrentam um "empobrecimento crescente".

domingo, 16 de janeiro de 2011

Venha o FMI, quanto antes. (X)

1º andamento: O Beco
«Paul Krugman chamou-lhe porém “leilão pírrico” e previu que com “mais alguns sucessos destes a periferia europeia será destruída”. É fácil explicar porquê:com a inflação limitada a dois por cento pelo Banco Central Europeu, Portugal precisaria de crescer a quase cinco por cento ao ano para conseguir, sem alienar património, começar a amortizar as suas dívidas. Isto quando, nos últimos dez anos, praticamente não crescemos e, em 2011, o Banco de Portugal prevê mesmo que encolhamos 1,3 por cento."»

«Ou, como se escrevia na The Economist, “a taxa [de 6,716 por cento] é insustentavelmente alta para um país com tanta dívida pública. Se Portugal quer continuar solvente, o custo dos seus empréstimos tem de descer substancialmente”.»

«Sejamos pois claros: Portugal encontra-se numa situação semelhante à da generalidade dos países do sul da Europa que, esta semana, foi muito bem retratada por Wolfgang Münchau, colunista de assuntos europeus do Financial Times, e por Ambrose Evans-Pritchard, editor de economia internacional do Telegraph de Londres: estes países têm, ao mesmo tempo, de conseguir recuperar a competitividade perdida das suas economias e de controlar as suas dívidas, mas realisticamente só conseguirão, nas actuais condições, enfrentar um desses problemas, nunca os dois ao mesmo tempo.»

2º andamento: O Primeiro Dilema
«Em editorial, o Financial Times defende uma posição semelhante: “ao terem recusado recorrer aos fundos europeus até não terem outra alternativa, Atenas e Dublin tornaram o processo de resgate mais confuso e penoso do que o necessário. Lisboa está a repetir o erro ao encarar como uma desgraça nacional pedir ajuda”.»

Intermezzo: Os Desvairados
«É que, como escrevia a revista The Economist, “para todos aqueles que se deram ao trabalho de observar, tem sido evidente de há bastante tempo que o país estava a viver acima dos seus meios. Mais tarde ou mais cedo era inevitável que acabasse na bancarrota, e foi à bancarrota que Portugal agora chegou”. Na verdade, tecnicamente, ainda não chegámos à bancarrota, mas este artigo daEconomist também não é desta semana, foi publicado a 6 de Fevereiro de 1892.»

3º andamento: O Segundo Dilema
«É que, como se escrevia no Wall Street Journal escrevia que um eventual resgate de Portugal – cada vez mais provável, mesmo que no leilão aparecessem compradores, como apareceram – “não impediria que os problemas europeus com as dívidas soberanas continuassem a alastrar”.»

«Só sei, e não esqueço, que estamos neste buraco por causa de uma gestão política irresponsável. Não foram “os mercados” que nos aprisionaram, fomos nós que nos colocámos na posição de depender da sua boa vontade depois de anos e anos de farra orçamental, pagamentos a clientelas e gastos lunáticos.»

[Isto e muito mais aqui, no Blasfémias, de José Manuel Fernandes]

Estou aqui a pensar...

...em lançar uma candidatura à Presidência do Sporting.

E são vários os sinais que me motivam a fazer tal desvairo:

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Venha o FMI, quanto antes. (IX)

“Houve um claro exagero político na reacção.”
(…)
“É, de facto um sucesso porque ganhamos tempo. Mas ganhamos tempo para uma coisa: endividar-nos mais. E portanto os mercados têm razão quando desconfiam da nossa capacidade.”
“Para percebermos o que se passou: a emissão é colocada a 6,7% de taxa de juro, que é, de facto, menor que a última de 6,8%. Mas isto significa, e é fácil perceber isto, que ao fim dos 10 anos, por cada 100€ emprestados deste empréstimo, teremos pagos mais 60. E isto não é sustentável. A mantar-se assim, não adianta dizerem que não precisamos de ajuda externa, como a Teodora Cardoso disse esta semana. Não é sustentável. “
(…)
“Isto não é sustentável. Nós estamos numa situação em que a nossa economia vai cair durante este ano infelizmente, e que a nossa banca não está a financiar-se. (…) Não está a haver crédito para os bancos e portanto, isto não é sustentável de todo. Tem que haver uma mudança”.

José Gomes Ferreira, hoje na SIC

Venha o FMI, quanto antes. (VIII)


Há mais de 4500 pensionistas a receber mais de 4000 euros por mês. Em 2011 regista-se o valor mais alto de sempre com as reformas dos políticos. Estas e outras conclusões agora disponíveis no DN.

De facto, é mais uma prova do "pouco respeito pelo dinheiro dos contribuintes" como diz e bem o economista Álvaro Santos Pereira.

and now for something completely different (III)

Há camelos estranhos, e o Serafim teima em fazer-se passar por um. Passa os dias a andar aos círculos, sem sair dos mesmos quatro metros quadrados de deserto. Imagine-se, toda a sua criatividade finda na escolha do sentido que dá aos seus passos, ora horários, ora anti-horários. Amigos e conhecidos cansam os apelos Serafim, tu segue um caminho ou Serafim vai em frente, mas o Serafim dá ao seu andar em círculos um jeito perpétuo. Com tempo, as areias que pisava iam ficando fartas de si e afastavam-se para os lados, até que, anos depois e de tanto batalhar Serafim se viu enterrado a uns mil e duzentos metros de profundidade. E não parou. Nunca parou. E de não parar, aconteceu um dia, não vi mas contaram-me, que um jorro de líquido negro viscoso lhe nasceu nos pés, inundou os mais de mil e duzentos metros que fizera e trouxera-o para a superfície que nem elevador improvisado. Serafim descobiu petróleo e tornou-se o camelo mais rico do deserto, quiçá do mundo. Conhecidos e amigos dizem hoje, que davam uma bossa para ter seguido o caminho de Serafim.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Venha o FMI, quanto antes. (VII)

Esta pressa tem uma justificação: amanhã há uma emissão de dívida de obrigações do tesouro e o governo está a fazer Puro Marketing Político Internacional, para que haja uma percepção nos mercados que Portugal está a conseguir. Não é mal feito desse ponto de vista, mas é para consumo externo.
Porque vir dizer que até correu muito bem quando há um deficit de 7,3%, se recuarmos um ano quando se fez um Orçamento de Estado que devia já ter sido poupança, é evidente que é mau, é bastante mau, e tem implícito aí que houve receitas extraordinárias com o fundo de pensões da PT.”
(…)
“Eu não acredito que haja possibilidade de um dia para o outro, os mercados percepcionarem que Portugal ganhou uma nova capacidade para pagar as dívidas, porque tudo o que está a ser feito é para que de fora nos continuem a emprestar, não é para recuperarmos o tempo perdido e pagarmos.
Esta imagem não se muda em tão pouco tempo e vem aí, hoje na própria imprensa portuguesa com destaque para o DN, num excelente trabalho, diz que vem aí 4500 milhões de euros que custa a cada um de nós para pagar em Parcerias Público-Privadas (PPP) e projectos que continuam e não foram anulados apesar desta crise: são PPP e endividamento que não está directamente na esfera do Estado. Isto é uma coisa que não se resolve assim facilmente.”

José Gomes Ferreira, hoje na SIC

Venha o FMI, quanto antes. (VI)


O DN iniciou na passada 6ª feira, dia 7 de Janeiro, uma série de trabalhos de investigação. Conheça aquilo que foi publicado na edição impressa: as entidades financiadas pelo Orçamento que escapam ao controlo do Tribunal de Contas.

1) Há 12 mil entidades que não apresentam contas

2) A cada 12 dias nasce uma fundação

3) O seu dinheiro paga viagens, flores, arte, concertos e tapetes

4) Uma década perdida por causa do "monstro"

Venha o FMI, quanto antes. (V)

“Eu acho que não é inevitável se nós criarmos um programa e mostrarmos capacidade de o resolver por nosso lado. Sozinhos. Agora, é mais fácil se tivermos um apoio externo, desde logo porque isso permite que o ajustamento não seja tão abrupto, mas feito sozinho, para os mercados acreditarem nele, teria que ser brutal. Com o apoio de uma dessas instituições (FMI ou Fundo Europeu) poderá ser menos abrupto".

Teodora Cardoso, administradora do banco de Portugal [aqui]

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Venha o FMI, quanto antes. (IV)

“É, de facto, uma perda de soberania nacional e de alguma forma um motivo de descrédito para o próprio país, não apenas para o seu governo mas para as suas instituições."

E na condição de vida das pessoas? Essa alteração é gravosa?

"Depende. Isso ninguém sabe. Depende das condições que nos forem aplicadas. Agora, eu acho que, com as medidas do PEC 3, já é difícil haver pior. É muito difícil que nos venham a exigir mais condições que concretamente sejam penosas para a vida dos cidadãos.

Há outras condições que nos podem ser exigidas, e até pode ser útil que nos sejam exigidas como nomeadamente: a extinção de centenas de institutos, organismos públicos, o fim do apoio do estado a fundações privadas, etc.”

Miguel Sousa Tavares, hoje na SIC [aqui]

PARABÉNS ZÉ!!


Os números falam por si: Não perde em casa há 8 épocas e já leva 17 títulos em 10 anos de carreira:

Porto
Campeonato Português (2): 2002-03, 2003-04
Taça de Portugal (1): 2002-03
Supertaça portuguesa (1): 2003-04
Taça UEFA (1): 2002-03
Liga dos Campeões (1): 2003-04

Chelsea

Campeonato inglês/Premier League (2): 2004-05, 2005-06
Taça de Inglaterra (1): 2006-07
Supercopa da Inglaterra (1): 2005
Taça da Liga Inglesa (2): 2004-05, 2006-07

Internazionale
Campeonato Italiano(2): 2008-09, 2009-10
Copa da Itália (1): 2009-10
Supercopa da Itália (1): 2008
Liga dos Campeões (1): 2009-10

Parabéns Zé, pela merecida Bola de Ouro da FIFA.

Venha o FMI, quanto antes. (III)


"Eu pessoalmente já exprimi essa opinião aqui em estúdio: Por muitos dossiês mal geridos em Portugal, acho que se calhar até era melhor a entrada do FMI no nosso país. Sinceramente.

Agora, o que isso representa de acréscimo de medidas de austeridade para a generalidade da população é evidente que não o desejo nem ninguém o desejará no seu perfeito juízo. Mas a situação em que estamos é de tal forma que já não depende de nós, de quase nenhum de nós do nosso país neste momento.

Fizemos o que tínhamos a fazer. Não fizemos aquilo que devíamos fazer. Deixamos correr o tempo. E neste momento, já nada depende de nós. Depende da avaliação que for feita sobretudo pelos governos francês e alemão.”

José Gomes Ferreira, hoje na SIC.

and now for something completely different (II)

Era um pastor já velho, que vivia sozinho. Um dia, enquanto fazia o jantar e porque a miséria a isso obrigou, decidiu fazer uma sopa com tudo o que pôde encontrar pela floresta, raízes de árvore, carapaças de caracóis, pequenos insectos, ervas várias, terra tragável, cogumelos e o resto não se diz. Cozinhou tudo com delicadeza, e de tamanha fome que carregava, comeu tudo de uma vez. Sem querer, descobriu a fórmula mágica para voar. Começou a ficar leve e pela mais pequena agitação dos braços, elevava-se das tábuas da sua cozinha minúscula. Andou o resto da noite a sobrevoar aldeias a cidades, à vista de todos. Ás tantas, já nem sabia se tinha braços ou asas. Andou assim pelos céus dezenas de anos, com a ideia fixa de que, se dia houvesse em que aterrasse, os americanos rápido o trancariam num laboratório ou numa sala de tortura até revelar os ingredientes ou vomitar a sua sopa. E ele era não um rato para fazer testes, era um colibri para voar. Até que umas dezenas de anos depois, a barba tanto lhe cresceu que não conseguia ir mais alto sem que essa arrastasse pelos chãos. Vai uma criança, que brincava na praia, e pega-lhe pela barba. Contente foi ter com os pais, Arranjei um papagaio, disse. E assim, o velho viveu com a barba presa nas mãos daquela criança, sempre a gritar Não sou um papagaio, sou um colibri. Quando morreu, e porque algum dia tinha de morrer, continuou a voar, para sempre a gritar Não sou um cadáver, sou um colibri.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Os custos da república...

Não gosto de falar do dinheiro que se gasta em eleições democráticas, mas como há muita gente que se escandaliza com os gastos das casas reais nas monarquias europeias, faço saber que, segundo a TVI ou o IOL ou o SOL, as presidenciais vão custar-nos o mesmo valor de 2006: 9,5 milhões de euros! E isso se for só uma volta.

Uma eventual segunda volta, elevaria os custos para 17 milhões de euros de despesa!

Tudo para andarmos a discutir questões fundamentais para o País como acções do BPN e anúncios do BPP.

"Neste lado"

"A abstenção que fique à direita, porque neste lado é hora de unir, de somar e de mobilizar à esquerda". Manuel Alegre, no comício ontem em Almada.

Na frase citada, o uso da expressão “neste lado” define Alegre e, simultaneamente, tudo aquilo que um Presidente da República (i.e. de todos os portugueses) não pode ser. Ponto final.

[Via O Cachimbo de Magritte]

Venha o FMI, quanto antes. (II)

1) "El Mundo" coloca Portugal à beira do resgate financeiro

2) Alemanha e França querem que Portugal aceite ajuda financeira

3) Portugal deve recorrer à ajuda externa "rapidamente" diz o economista-chefe do Deutsche Bank

4) Investidores de olhos no BCE e nos juros de Portugal

5) “Portugal será obrigado a aceder ao fundo da UE e do FMI” - Economist Intelligence Unit

Venha o FMI, quanto antes.

Um dos candidatos à presidência da república considera "inaceitáveis" as pressões externas para que FMI entre em Portugal e acusa forças de direita nacionais de quererem esta solução. Defendendo que Portugal precisa de um chefe de Estado que não tenha uma posição "passiva" em relação aos mercados financeiros e aos "especuladores", o candidato apoiado pelo PS e o Bloco de Esquerda disse que "há entre as forças conservadoras nacionais quem esteja interessado na entrada do FMI em Portugal".

Eu sou um dos que estou interessado na entrado do FMI em Portugal quanto antes, não só porque representará um falhanço político grande e grave do Governo (e as consequências falarão por si) mas porque, a subida das taxas de juro para os níveis actuais provocará, no limite, um agravamento dos encargos da dívida em cerca de 10% do PIB. Apenas o agravamento, sublinhe-se, e não o total dos juros, como explica Daniel Bessa de forma cristalina e clarificando conceitos. É que a base de incidência dos juros é a dívida externa bruta, que representa quase 300% do PIB.

E vamo-nos entretendo a vociferar contra uma mais valia accionista ou contra um texto publicitário. Não temos emenda. Venha o FMI quanto antes.

sábado, 8 de janeiro de 2011

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

este ano vai ser reeditada a campanha Limpar Portugal...

óptimo! bora começar dia 23 de janeiro e limpar o palácio de belém?

duas capas, uma conclusão




+

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portugal não funciona (bem)

Qual o preço da mentira?

Eu tinha avisado no dia 3 de Setembro que essas pulseiras de equilíbrio eram uma valente mentira.


4 meses depois, a marca paga a factura da fraude:

- "A marca de pulseiras plásticas Power Balance, vendidas com o objectivo de darem mais força e equilíbrio a quem as usa, foi obrigada na Austrália a admitir publicamente que as pulseiras não funcionam e a reembolsar compradores insatisfeitos." - Público
- "Caso se sinta lesado pela nossa publicidade, pedimos as mais sinceras desculpas e garantimos o re-embolso integral" acrescenta a empresa - Expresso
- "A autoridade que regula o mercado em Itália (AGCM) multou em 350 mil euros as empresas que vendem no país as pulseiras «milagrosas» Power Balance e outras do género.
As empresas Power Balance Italy e Sport Town foram multadas em 300 mil e 50 mil euros respectivamente, depois de uma investigação que prova que não são verdadeiros os benefícios para o equilíbrio, flexibilidade, resistência física e força que são anunciados na publicidade ao produto.
Já em Espanha os distribuidores das pulseias Power Balance tinham sido multados em 15 mil euros, depois de ter vendido 300 mil pulseiras, num negócio que rendeu cerca de 10 milhões de euros." - Abola

Frases que marcaram 2010

Antes de mais, quero desejar um excelente ano a este grupo de mentirosos que aqui escrevem umas coisinhas engraçadas e um maravilhoso ano à malta que nos segue.

Pois é, foi-se embora o 2010 mas porque há palavras que o vento não leva, o Jornal i fez uma lista com uma amostra do melhor e do pior do que se pode ler e ouvir nesse ano marcado pela crise económica e financeira.

Creio que esta amostra mereça uma votação: qual a melhor frase de 2010?

Fica aqui o meu palpite: "É melhor estar apaixonado por uma bela rapariga do que ser gay" - Silvio Berlusconi.



Votos de um grande 2011 com muitos e belos posts.

Eu ofereço-me desde já para ajudar!



Ao que parece, O director da campanha presidencial de Manuel Alegre, Duarte Cordeiro, afirmou hoje que "no limite é moeda ao ar" para decidir quem fala primeiro nos comícios e acções de campanha do candidato - se dirigentes do PS, se dirigentes do Bloco de Esquerda.

Ora aqui está uma campanha como deve ser!