sábado, 23 de julho de 2011

Musica do dia (II)

Musica do dia

Livro do dia

Os famosos morrem com 27 anos. Faltam-me 6.


Amy Winehouse morreu hoje, não sei de quê nem faço ideia nenhuma. Sei que podia ter tudo, mas preferiu não ficar com nada. Morreu com 27 anos, como Kurt Cobain dos Nirvana, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison dos Doors ou Brian Jones dos Rolling Stones. Não porque quis, mas porque tinha que ser.

terça-feira, 19 de julho de 2011

"El Português", o próximo coordenador do BE!



O Fernando escreveu há uns dias que “hoje, mais do que nos restantes dias, senti de especial forma que ser de esquerda é (também) estar à frente no tempo.

A julgar esta argumentação leva-me a crer que o Paulo Futre pode muito bem ser o próximo coordenador do BE por, claro está, “estar à frente no tempo”.

A ler: BES vai contratar agência de ‘rating’ chinesa.

Numa altura em que já se fala em renovação completa do BE e da eventual saída dos 4 fundadores, eu acho, como parte interessada na matéria, que o próximo coordenador devia ser alguém que soubesse falar um poucochinho de economia e da lei da oferta/procura. Como todos sabemos, Paulo Futre é um expert na matéria. Tem, não só bons conhecimentos sobre tudo o que está relacionado com o mercado da droga a nível nacional como também tem bons connects com os fornecedores camones. Pode-se afirmar que é um daqueles meninos que nasceu com o rabo virado para a lua…

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Betinhagem": a partir de agora, os calções de banho e os chinelinhos de enfiar no dedo ficam nos Minis Coopers

Frazão, tu avisa lá os betinhos da católica na 1ª semana de Setembro que se quiserem ir à praia da parte da tarde, vão às aulas de manhã de fato e gravata e depois mudam-se nos Minis Coopers.

Na 2ª semana, se apanhares lá alguém a desrespeitar e a transgredir as regras estabelecidas pela PIDE da igraja católica, faz o que te compete Frazão: "chama a atenção dos que se apresentarem de maneira imprópria".

Só tenho uma coisa a dizer sobre isto: LOL!




(carreguem na imagem para lerem o comunicado do Conselho Académico na integra)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

momento musical

o trabalho liberta

O sistema neoliberal que afoga os nossos dias chegou e enraizou-se envolto numa promessa tentadora: liberdade. Foi o desejo de liberdade, legítimo e compreensível, que permitiu a este novo liberalismo ser acolhido de braços abertos pelas populações. Odeie-se qualquer alusão ao Estado, socialização ou planificação, porque tudo isso não é mais que "rampa inclinada" para o autoritarismo, apregoa-se. Mas, por falar em contradições: não é a empresa capitalista um espaço completamente planeado de cima para baixo? Se fugir à planificação é a bandeira dos ditos liberais, seria sensato escolher uma de duas vias: democratizar a empresa ou limitar o tempo de confinação a esse espaço profundamente planificado. A segunda receita parece simples, resume-se a reduzir os horários de trabalho e diminuir as idades de reforma. É descabido encontrar uma profunda contradição no facto de ser justamente prática deste sistema neoliberal o aumento dos horários de trabalho e o aumento da idade da reforma? Já Hayek dizia "For most of us the time we spend at our work is a large part of our whole lives, and our job usually determines the place where and the people among whom we live." Não sei, mas a sério que não há por ai desses liberais à moda Austríaca a achar estranho que um liberal à moda Austríaca se conforme com " large part of our whole lives" passado num espaço rigidamente planeado? Qual era mesmo o problema de uma maior divisão dos tempos de trabalho? É que isso torna a empresa menos competitiva, estúpido! Ah, maldita competitividade neoliberal, pedra basilar da liberdade prometida.

Enfim, desculpem o desabafo.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ainda Ratings

Directamente da capital financeira da Europa: circula na Bloomberg que se a França eleger DSK para presidente a Moody's ameaça cortar o rating do país de AAA para XXX.

Fuck you

A 5 de Julho de 2011, a Moody's considerou Portugal "LIXO".

Na sequência disso, Pedro & Hugo, uma dupla de criativos aproveitou um tempo livre entre o seu trabalho na BBDO e mandou uma carta para a sede da Moody's em Nova Iorque. Uma carta com um pedaço de Portugal como ele é visto pela Moody's.

Ainda a questão dos votos…

O Fernando é da opinião que se deve dar aos “pequenos animaiszinhos” de 16 anos a responsabilidade de fazer uma escolha nos actos eleitorais. Já disse que não acho uma boa ideia, que não queria ver campanhas políticas baseadas no populismo e na demagogia, e muito menos (e vem aí mais um exemplo…), ver Partidos como o Partido Anti-PowerPoint (que quer ser a 4ª maior força política na Suiça) na nossa casa da democracia.

No entanto, creio que há uma outra questão sobre o comportamento da sociedade portuguesa na altura do acto eleitoral que a meu ver parece ser pertinente ser discutida. Ouço dizer na tv que existe cada vez mais um desfasamento entre os políticos e os eleitores portugueses. Ouço dizer na tv que os portugueses estão descrentes na classe política e que desprezam a sua profissão. Ouço dizer que é necessário contornar os dados da abstenção (sobre a actualização dos boletins de voto, eu já nem comento, porque não há mais nada a dizer).

(tabela retirada da Wikipedia)



Li no Expresso, 18 de Junho de 2011, na coluna do Nicolau Santos um texto interessante para contornar este problema. Por mim, subscrevo e aplaudo.



“Ainda o voto obrigatório”


Sustentei aqui na semana passada que o voto devia ser obrigatório. O leitor Bernardo Alegria, advogado e empresário vitivinícola e oleícola, sugere uma abordagem menos generalista da questão, mantendo o voto facultativo, mas restringindo-o em certas situações.

A saber: a qualquer contribuinte que solicite um benefício fiscal ou social deverá ser exigido a participação no acto eleitoral anterior e em todos os actos que vierem a ter lugar durante o período em que durar a situação de benefício. A justificação é que para quem pede esse apoio à sociedade, será igualmente legítimo que a sociedade o condicione à obrigação do cumprimento de deveres essenciais ao bom funcionamento dessa mesma sociedade.

Esta obrigação acaba por ter uma vertente pedagógica para os mais novos que não adquiriram hábitos de participação eleitoral, mas que são os primeiros a solicitar os apoios que a sociedade disponibiliza. Por exemplo, a quem é dada a isenção de IMI seria exigida a participação nos actos eleitorais, sob pena da suspensão da isenção. A liberdade de ir ou não votar continuaria a ser completa, mas a não participação acabaria por ter implicações para os que só valorizam direitos ignorando as suas obrigações para com a sociedade.

Por mim, subscrevo e aplaudo.”

dos primórdios das agências de rating ou de como hoje se caçam países com a racionalidade usada outrora para caçar bruxas



compra este também felipe!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

vem, e traz outro amigo também


clica na imagem para ver o programa

lixo, lixo, lixo

"A chatice é que as agências de rating já não valem o que valiam. Os erros de avaliação grosseiros, o escrutínio crescente sobre as suas motivações e o enviesamento ideológico evidente das recomendações destas entidades afectaram a sua credibilidade e arriscam-se a colocar as suas recomendações e "outlooks" ao nível dos do Zandinga. Aliás, os ratings tem seguido (selectivamente), mais do que propriamente previsto, as evoluções dos mercados de dívida e não parece que isso se vá alterar nos tempos mais próximos. Ainda bem que assim é. Hoje, uma das pré-condições para uma retoma económica sustentada e duradoura na Europa é a completa desacreditação destas agências e a sua substituição por entidades mais fiáveis, sob supervisão pública."



O excerto em cima é do José Gusmão e data de Janeiro de 2010. É só porque hoje, mais do que nos restantes dias, senti de especial forma que ser de esquerda é (também) estar à frente no tempo.

and now for something completely different (X) - o fim

Calçou os ténis velhos e vestiu o fato de treino que há muito deixara de servir ao seu corpo. Meteu no bolso o leitor de mp3 e nos ouvidos os auriculares cor-de-laranja que roubara à filha. Ouvia uma balada da sua adolescência, mas na cabeça impunha-se o ressoar da mesma frase 'a tua reputação precede-te'. Disse-lho no início de um jantar de gala, antes de um aperto de mão, um velho magnata árabe que a sua esposa fizera por conhecer. Cismava desde aí, numa persistência a agarrar a loucura 'não há reputação que me preceda, não pode haver'. Nas horas vagas era de uma humildade louvável. Andava sempre ocupado. Naquela hora, ocupava-o uma corrida contra a reputação: se havia algo que o precedia, havia de lhe passar à frente, bastando-lhe ser mais rápido. Assim, calçou os ténis velhos e vestiu o fato treino que não sabia se alguma vez usara. Correu a ritmo demente. E como sempre, ganhara (sinceramente, o Miguel nunca provara desse medicamente para a vaidade que é perder). Façanha completa, sentou-se no chão relvado, limpou o suor com uma toalha e sorriu aliviado: agora, antes de entrar e se apresentar em qualquer espaço, já todos o conhecem, por ser aquele indivíduo que precede a própria reputação.

terça-feira, 5 de julho de 2011

onde poderias estar com 16 anos?

O debate relembrado pelo Felipe é interessante. Como ponto prévio, digo que defendo o direito de voto aos 16 anos. E tudo parte da questão, 'onde poderias estar com 16 anos? '. Atrevo-me a avançar uma resposta: Poderias estar a ver os morangos com açúcar sozinho ou acompanhado de gente mais velha. Poderias estar a jogar jogos no facebook, quem sabe, contra gente de 18 anos. É certo que estarias já em idade de ser considerado imputável e se fosses mesmo malandro, até poderias já estar preso. Poderias estar a trabalhar e pagar impostos, impostos esses que seriam ser geridos por uma entidade que te é alheia e em cuja escolha não podes participar. Simplesmente porque não podes votar na escolha dessa entidade que é um governo. Simplesmente porque tens (só?!) 16 anos. Se há quem, com 16 anos, só pense em morangos com açúcar, então talvez fosse bom dar a essas jovens pessoas algo mais para pensar: tipo, a responsabilidade que é fazer uma escolha e que incorpora o acto de votar.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Aos nossos jovens de 16 anos em não confiava o meu cão para passearem. E não tenho cão!

Concordo inteiramente com o Felipe da Guarda: “Dar acesso ao voto a jovens é perigo, quer em termos da qualidade da campanha que lhes seria direccionada ("podes usar o papelzito com a cara dos gajos como mortalha") quer em termos da onda populista que levantaria. Má ideia.

Alguns exemplos. Pergunto eu:

1. É legítimo dar acesso ao voto à aluna da Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, conhecida como «a gaja do “dá-me o telemóvel, já!”»? É legítimo dar acesso ao voto aos respectivos colegas de turma, também conhecida como «a turma do “Olha que a velha vai cair”» ou da «turma do “isto é demais, ouve lá!”» que durante alguns minutos nada fazem e limitam-se a assistir à cena em pé?
2. É legítimo dar acesso ao voto ao jovem que gravou o vídeo da agressão violenta a uma jovem e às outras 2 raparigas que lhe deram uma sova durante quase um minuto e meio? É legítimo dar acesso ao voto às várias testemunhas que assistem, sem tentarem qualquer intervenção para salvar a jovem?
3. É legítimo dar acesso ao voto a uma jovem que esfaqueia 17 vezes com um x-acto outra jovem por causa de uma discussão sobre cigarros e cocaína?

Isto é muito perigoso e muito má ideia. O primeiro país da Europa a aplicar esta infeliz ideia foi a Áustria em 2007 e os resultados estão à vista: Extrema-direita multiplicou votos.

No blog Psicolaranja, li à uns dias que “É importante que os jovens distingam, desde cedo, o acto democrático de escolha, exercido sob a forma do voto, e o acto de reivindicação e de protesto, exercido em manifestação. Talvez se evitem no futuro os movimentos "indignados" de quem entende que a "verdadeira democracia" se faz em assembleias de rua.” Mas não concordo com a opinião de Rui Costa Pinto, pois não considero que seja necessário o acesso ao voto para se distinguir uma coisa da outra.

Tenho medo que partidos como o Partido Pirata Português (que tem lugar no Parlamento Europeu por via das eleições europeias na Suécia) possam ter lugares na nossa casa da democracia.

Tenho medo de uma vaga de novos partidos, como o Partido dos Pedófilos (como existe na Holanda), que são partidos políticos que defendem a legalização do sexo entre crianças e adultos, possam roubar os 288 973 amigos do Bloco de Esquerda. Tenho muito medo.

domingo, 3 de julho de 2011

A juventude sai à rua



Parece que não terá sido em vão a palavra do pastor Jerónimo (aqui), e a juventude sai à rua e demonstra o seu descontentamento com as cenas da crise e tal. Cenas como a dívida não é nossa e não a pagamos que se lixem os imperialistas, estamos verdadeiramente à rasca, no desemprego que fique a tua tia pá, gostamos do estado social e dos subsídios de cenas, a culpa é do governo e nós não temos nada a haver com isso, FMI saia daqui.

Parece, inclusivamente, que se cria um determinado espírito de participação cívica e social, onde em consciência a juventude pensa e preocupa-se com todo o panorama nacional, pondera e debate e acciona uma resposta em consequência do que de mau considera que se passa no país. Será, espero, uma viragem no quotidiano do jovem português, e os especialistas apresentaram recentes estatísticas onde se confirma que em média, o jovem português dos 14 aos 18 anos tem passado cada vez menos tempo no facebook e twitter, as audiências dos morangos com açúcar têm diminuído abruptamente e as pools demonstram um cada vez maior interesse com os temas relacionados com política, finanças públicas e governo da nação.

Não. Estou a brincar. São só alguns jovens tristes com a morte inexplicável de um tipo que conduzia a 200 km sem cinto de segurança - um exemplo de integridade, não só na sua hora final, mas como em toda a sua curta existência.



É triste, e não sei se o problema é maior no plano interno ou externo, ficar com mais pena desta imagem do que de quem teve o que estava mesmo a pedi-las, desculpem a brutidão.

A propósito, o Duarte Marques deixou-me triste (aqui). Acesso a informação não é o mesmo que estar ou ser informado - e não vejo uma fotografia muito simpática em relação à qualidade do conteúdo consumido por esta cambada, desculpem a descrença. Dar acesso ao voto a jovens é perigo, quer em termos da qualidade da campanha que lhes seria direccionada ("podes usar o papelzito com a cara dos gajos como mortalha") quer em termos da onda populista que levantaria. Má ideia.

Aos nossos jovens de 16 anos em não confiava o meu cão para passearem.
E não tenho cão.

Procurement (I)



Monty Python's Life of Brian Original Soundtrack - Vinyl, £5, Bricklane Market, Sunday 3rd July.

Nada mau.