segunda-feira, 4 de julho de 2011

Aos nossos jovens de 16 anos em não confiava o meu cão para passearem. E não tenho cão!

Concordo inteiramente com o Felipe da Guarda: “Dar acesso ao voto a jovens é perigo, quer em termos da qualidade da campanha que lhes seria direccionada ("podes usar o papelzito com a cara dos gajos como mortalha") quer em termos da onda populista que levantaria. Má ideia.

Alguns exemplos. Pergunto eu:

1. É legítimo dar acesso ao voto à aluna da Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, conhecida como «a gaja do “dá-me o telemóvel, já!”»? É legítimo dar acesso ao voto aos respectivos colegas de turma, também conhecida como «a turma do “Olha que a velha vai cair”» ou da «turma do “isto é demais, ouve lá!”» que durante alguns minutos nada fazem e limitam-se a assistir à cena em pé?
2. É legítimo dar acesso ao voto ao jovem que gravou o vídeo da agressão violenta a uma jovem e às outras 2 raparigas que lhe deram uma sova durante quase um minuto e meio? É legítimo dar acesso ao voto às várias testemunhas que assistem, sem tentarem qualquer intervenção para salvar a jovem?
3. É legítimo dar acesso ao voto a uma jovem que esfaqueia 17 vezes com um x-acto outra jovem por causa de uma discussão sobre cigarros e cocaína?

Isto é muito perigoso e muito má ideia. O primeiro país da Europa a aplicar esta infeliz ideia foi a Áustria em 2007 e os resultados estão à vista: Extrema-direita multiplicou votos.

No blog Psicolaranja, li à uns dias que “É importante que os jovens distingam, desde cedo, o acto democrático de escolha, exercido sob a forma do voto, e o acto de reivindicação e de protesto, exercido em manifestação. Talvez se evitem no futuro os movimentos "indignados" de quem entende que a "verdadeira democracia" se faz em assembleias de rua.” Mas não concordo com a opinião de Rui Costa Pinto, pois não considero que seja necessário o acesso ao voto para se distinguir uma coisa da outra.

Tenho medo que partidos como o Partido Pirata Português (que tem lugar no Parlamento Europeu por via das eleições europeias na Suécia) possam ter lugares na nossa casa da democracia.

Tenho medo de uma vaga de novos partidos, como o Partido dos Pedófilos (como existe na Holanda), que são partidos políticos que defendem a legalização do sexo entre crianças e adultos, possam roubar os 288 973 amigos do Bloco de Esquerda. Tenho muito medo.

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