quinta-feira, 30 de junho de 2011

Cantor Justin Timberlake vai ajudar a gerir o MySpace

oh MySpace: é um filme e ele foi só um actor!

assim de repente

justificam a privatização da RTP pelo enorme prejuízo que custa ao orçamento do estado. privatizam a Lusa, que em 2010 teve mais de 600 mil euros de lucro, porque...

and now for something completely different (IX)

Afinal, cisma o Coelho, a vida é fácil. Colaborava desde sempre com um mágico de idade avançada. Colaboração é falar em jeito simpático, claro, aos olhos vermelhos do Coelho o mágico era o papalvo que o carregava e lhe saciava as necessidades vitais. Todas as tardes a rotina cumpria-se com o escrúpulo de já nem ser rotina, ser o próprio viver: metia-se dentro de um saco preto e deslocava-se dessa forma camuflada para ninguém saber que ia emprestar magnificência ás modestas ruas por onde passava. Do saco, o papalvo punha-o rapidamente numa cartola. Depois, a cartola ficava numa mesa, e ao sinal que já conhecia, o Coelho saltava para fora num gesto de uma singularidade a vacilar entre a elegância e a rispidez. À volta dele, palmas. Palmas. O Coelho pavoneia-se durante uns tantos segundos na mesa, aos olhos incrédulos da multidão que atravessou desertos para o ver. 'Eles amam-me' ou 'Agradeçam a graça da minha presença', pensava o Coelho enquanto balouçava de nariz empinado ao compasso da ostentação. Choviam moedas aos seus pés e o Coelho sabia fazer parte do processo de escravatura do papalvo recolhe-las e ficar com elas. Depois, ao segundo sinal, o Coelho voltava para o saco, sempre duvidando se o seu esplendor caberia naquele curto pedaço de pano preto. O Coelho acha que a vida fácil. Eu acho que é tudo uma ilusão.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

London Calling



E adoro cidades com máximas de 23 graus.

das políticas de mercado livre e de controlo da inflação

"...a proporção de países que sofreram crises bancárias disparou para cerca de 20% em meados dos anos 90, quando era suposto termos finalmente amansado a besta chamada inflação e alcançado o esquivo objectivo da estabilidade económica. (...) A questão é que a estabilidade dos preços é apenas um dos indicadores da estabilidade económica. Na verdade, para a maior partes das pessoas, nem é sequer o indicador mais importante. Os eventos mais desestabilizadores na maioria das nossas vidas são coisas como perder um emprego (ou tê-lo radicalmente alterado) ou a própria casa durante uma crise financeira, e não o crescimento dos preços, a menos que o fenómeno seja de natureza hiperinflacionária. (Sejamos sinceros: será que conseguimos realmente distinguir entre uma inflação de quatro por cento e uma inflação de dois por cento?) É por isto que o controlo da inflação não levou, à maior parte das pessoas, exactamente a sensação de estabilidade que os guerreiros anti-inflacionários prometeram. Ora, a coexistência de estabilidade nos preços e o aumento na instabilidade económica noutras dimensões, como sejam crises bancarias mais frequentes e mais insegurança no emprego não são coincidência - tudo isto decorre do mesmo pacote de politicas de mercado livre. (...) O conjunto de políticas de mercado livre, conhecido como o pacote neoliberal, centram-se numa menor inflação, em mais mobilidade do capital e mais insegurança no emprego, basicamente porque está, sobretudo, orientado para os titulares de activos financeiros. O controlo da inflação é importante porque muitos activos financeiros têm taxas de rentabilidade nominalmente fixas, pelo que a inflação reduz o retorno real. A maior mobilidade do capital é promovida porque os titulares de activos financeiros conseguem rentabilidades mais elevadas do que os titulares de outros activos sobretudo devido à sua capacidade de deslocar os seus activos mais rapidamente. Mesmo tendo crescido a instabilidade financeira e a insegurança no emprego, as políticas que pretendem aumentar a estabilidade dos preços poderiam justificar-se, em parte, se tivesse aumentado o investimento e, consequentemente, o crescimento, como os defensores indefectíveis da inflação previam. Porém, a economia mundial tem crescido muito mais lentamente durante o período posterior à década de 1980 (caracterizado por inflação reduzida), em comparação com o elevado período de inflação dos anos 60 e 70, em boa parte porque o investimento se tem reduzido na maioria dos países. (...) As medidas de liberalização dos mercados de trabalho e de capitais que integram o pacote de políticas de mercado livre, de entre as quais o controlo de inflação é o elemento fundamental, têm aumentado a instabilidade financeira e a insegurança no emprego, tornando o mundo mais instável para quase toda a gente. Para piorar as coisas, não se concretizou o alegado impacto positivo do controlo da inflação no crescimento. Devemos pôr fim à nossa obsessão com a inflação. O fenómeno tornou-se um papão usado para justificar políticas que têm beneficiado sobretudo os titulares de activos financeiros, as custas de estabilidade no longo prazo, do crescimento económico e da felicidade humana."



Ha-Joon Chang, num livro originalmente chamado 23 things they don't tell you about capitalism e habilmente traduzido para 23 coisas que nunca lhe contaram sobre a economia


excertos das páginas 86, 87 e 88 da 1º edição portuguesa. leiam. é bom.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Para a Frazão

É mesmo para Buenos Aires que queres ir de Erasmus? Tens mesmo a certeza?

domingo, 26 de junho de 2011

evento imperdível

que tenho pena de ter perdido

para o Felipe!

and now for something completely different (VIII -> a sério que em chegando o X páro)

Desculpa, pensava o pescador enquanto olhava um pequeno peixe contorcido no balde. Estavam os dois sozinhos, perdidos num barco desnorteado no mar, rodeados por uma paisagem cénica que o quotidiano de ambos tornara corriqueira. O pequeno peixe dobrava-se em desconforto, rendido ao azedume da sorte. O pescador contava os segundos serenamente. Frequentemente punha um fósforo a arder ao lado do balde, fazendo apostas sobre qual das chamas se apagaria primeiro. Gracejava do ridículo da vida do peixe, quando essa era derrotada por um simples pau de madeira. Um peixe é só um peixe, reflectia. Assim, enquanto esperava o sufoco definitivo, o pescador tinha como refúgio uma gruta niilista onde se protegia de questionar o impacto da morte. Um peixe é só um peixe. Nos momentos mais críticos do seu ofício, imaginava que o peixe chorava. Logo depois atribuía esse pensamento de gente fraca à anestesia que é o balançar das ondas. Só pelo medo de ficar sem álibi para os afectos é que nunca pescara com os pés assentes em terra. Desculpa, pedia ele.
O pescador tinha desejos utópicos, de improvável concretizar. Desejava que o seu balde fosse uma cornucópia pronta fazer brotar carapaus e sardinhas, por ordem do seu pensamento. Se viessem directamente da sua fantasia, os peixes haviam de aparecer de igual forma, contorcidos, confrontados e conformados com os seus segundos finais (com a vantagem de serem roubados à imaginação em vez de arrebatados ao mar). O pescador tinha para si que havia uma espécie de compromisso lacrado entre homens e deuses, que impedia os primeiros de comer aquilo que não roubassem: daí a utopia da cornucópia e daí se ver obrigado a roubar o mar. Desculpa pedia ele, não ao peixe, ao mar. Desculpa, porque sabia ser possível que esse mar condenasse o seu roubo e levantasse das suas entranhas uma tromba de água. Desculpa, por saber que essa tromba havia de contemplar do alto o seu contorcionar, no meio do barco qual balde. Desculpa, por achar que a tromba de água havia de pedir desculpa pela insignificância de estar prestes a roubar um pequeno pescador ao mundo dos vivos. Desculpa pedia ele, e enquanto isso, acendia um novo fósforo.

Tu és e serás sempre o Felipe da Guarda.

Mesmo que não queiras....

Lisboa

Será a ganância do humano preferir-te a este lugar, onde o telefone fica visível no carro e jantamos com amigos do café da rua, imagine-se, que conhecemos e falamos e sabemos quantas primaveras espirraram? Serão todos leigos ou definimos a prioridade da nossa existência, do que é de facto imperativo, com o imperativo da nossa especificidade? Serei eu o ignorante ao julgar os esses silibantes da beira como a manifestação do fim do mundo que deus me livre cá ficar, que estranho estes gostarem da mediocridade dos efes desta vida? Ingrato, de facto, serei. Mas serei só eu a desvalorizar a paz da programação da tranquilidade da agenda nada ansiosa, nada stressada, nada de nada. Credo. Chega de mariquices. Prefiro teu fumo e tuas buzinas. Abraço

sábado, 25 de junho de 2011

Parabéns aos 17 Drocas e Fernandos do IST

17 alunos do IST dedicaram 2 anos ao projecto do 1º Carro eléctrico de Competição e sonham ver o veículo na Fórmula 1. É uma prova que chegou a hora de tornar os sonhos realidade.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O título desta música ficava muito melhor se fosse "Não passei!"



3 razões para gostar deste "Não passei!", nas palavras de Pacheco Pereira à revista Sábado:
1) Como candidato a PR: "De nobre não saiu na campanha uma única ideia ou posição coerente, e não é por se dizer, a cada três frases, a palavra «cidadania» que isso dá conteúdo a uma intervenção pública."
2) Como independente: "Aliás, se julgarmos a sua já longa actividade política, não encontramos um átomo de coerência, mas uma sucessão de posições desconchavadas, ressabiadas, ao sabor do momento e completamente erráticas."
3) Como cabeça de lista do PSD por Lisboa: "Se Nobre aceitasse apenas fazer parte das listas do PSD, mesmo que em lugar elegível, podia questionar-se o mérito da escolha, mas esta parecia menos venal. Quando se sabe que o convite só foi aceite por Nobre com a condição de vir a ser Presidente da Assembleia da República, ele, que não é republicano, revela-se uma condição bizarra."



Outras razões para se gostar deste "Não passei!" do candidato Anti-PSD:
1) Ele defende o fim dos offshores e das zonas francas, o PSD não.
2) Ele abomina guerras preventivas, o PSD já as apoiou.
3) Ele é radicalmente contra os despedimentos, o PSD não.
4) Ele defende a criação de um novo escalão de IRS (55%) para os mais ricos, o PSD não.
5) Ele acha que Durão Barroso não passa de "um corpo de plástico, moluscóide, de quem não tem coluna vertebral" e que era o "tipo de político que pensa que com uma plástica, tudo pode continuar na mesma", o PSD não.
6) Ele em 2009 fez campanha com o Bloco de Esquerda, o PSD não.
7) Ele tem defendido nos seus livros, nos seus editoriais, nas suas conferências, nos seus protestos, etc. as ideias que o BE defende; o PSD não.
8) Ele concorreu para ser o próximo Presidente da Assembleia da República. A convite de quem? Do PSD.

caminho para a servidão

O debate levantado pelo André é do mais interessante a que se pode assistir, é um facto. Esse debate relembrou-me o Mr. Hayek. Não morro de amores pelas ideias do senhor. Confesso. Apesar disso, sinto-me tentado a dissecar uma das suas obras mais badaladas, Road to Serfdom. A obra centra-se num aviso a Americanos e Ingleses: procura dizer que Socialismo e Nazismo decorrem de uma origem comum prendendo-se essa génese com a crescente intervenção do estado na economia. Passo a transcrever uma série de passagens seguidas de breves pensamentos pessoais.



"They were unwilling wholeheartedly to employ the methods to which they had pointed the way. They still hoped for the miracle of a majority’s agreeing on a particular plan for the organization of the whole of society. Others had already learned the lesson that in a planned society the question can no longer be on what do a majority of the people agree but what the largest single group is whose members agree sufficiently to make unified direction of all affairs possible."


Sim, todos conhecemos uma coligação partidária que vence não por mão de uma maioria da população, mas por vontade do maior sub-grupo entre um grupo de votantes.



"There are many features (...) and many symptoms that point to a further development in the same direction: the increasing veneration for the state, the fatalistic acceptance of ‘inevitable trends’, the enthusiasm for ‘organization’ of everything."


Sim, todos conhecemos a aceitação fatalista da inevitabilidade...



"Unfortunately, purely economic ends cannot be separated from the other ends of life. What is misleadingly called the ‘economic motive’ means merely the desire for general opportunity. If we strive for money, it is because money offers us the widest choice in enjoying the fruits of our efforts – once earned, we are free to spend the money as we wish. "


A redução do poder de compra das famílias é uma deliberação política. O não acompanhamento da inflação por parte das pensões e a redução dos salários é uma escolha ponderada. O dinheiro, segundo Hayek, oferece a possibilidade da livre escolha em disfrutar dos frutos do nosso esforço. O salário é diminuído. A possibilidade de disfrutar livremente do esforço é diminuída.



"For most of us the time we spend at our work is a large part of our whole lives, and our job usually determines the place where and the people among whom we live. Hence some freedom in choosing our work is probably even more important for our happiness than freedom to spend our income during our hours of leisure."


Sacrificar o emprego e impelir o aumento do desemprego é uma escolha política. Não seguir medidas que protejam o emprego é uma escolha política. A redução dos postos de trabalho na administração pública é uma escolha política. O grau de liberdade em escolher um emprego é inversamente proporcional ao decréscimo no número de postos de trabalho. A limitação na liberdade em escolher um emprego é uma escolha política.



"Planning and competition can be combined only by planning for competition, not by planning against competition. The planning against which all our criticism is directed is solely the planning against competition."


A privatização da Caixa Geral de Depósitos é uma escolha política. A limitação no acesso ao capital é uma escolha política. A competição defendida por Hayek como motor de liberdade económica e política carece de uma premissa básica: a livre entrada nessa competição. A limitação no acesso ao crédito e ao capital barra o acesso a essa mesma competição. Esse barramento é uma escolha política.



Conclusão:

Sem cair em futurologia, podemos afirmar que os tempos que se avizinham serão difíceis. E sem querer sucumbir a rituais de espiritismo, digo que tenho uma curiosidade enorme em saber a opinião do Hayek acerca das medidas que vigoram (ou estão prontas a vigorar) em Portugal. Não sabendo essa opinião, vou admitindo o que parece óbvio: o austeritarismo que vivemos e que se tenderá a acentuar, tem um carácter profundamente autoritário, disposto a causar crises de fé a qualquer fantasma liberal. A troika que nenhum português elegeu, traçou um caminho único, caiado de inevitabilidade. E ser empurrado pela senda de um caminho único, está longe de ser um gesto executado pela liberdade de um povo.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

and now for something completely different (VII)


I


Num certo país há muito que a necessidade de repetir 'roubar é feio' se esgotou. Não que furtar se tornasse um acto bonito, simplesmente deixou de ser preciso dizê-lo. Nesse país, quem roubasse era sumariamente condenado a ver uma mão amputada. Da virtude e da moralidade, os homens e as mulheres conhecem pouco. Sabem melhor do medo. Por isso, roubar foi retirado do caixote moral onde se colocam os actos feios e foi delicadamente colocado na caixa do medo. As pessoas já chegaram a duvidar da legitimidade de roubar. Mas nunca duvidaram do medo de perder uma mão.


II


Nesse certo país vivia o Abílio. O Abílio não era parvo, pelo contrário: sentia-se à léguas da lei e a milhas da compreensão da vulgar população. O Abílio roubou, um dia, a prótese de uma mão.


III


Nesse certo país, o Rui apaixonou-se pela Débora. Disse-lhe numa tarde bronzeada pelo pôr-do-sol um 'amo-te' mais acanhado que sincero. A rapariga fugiu. Enfurecido foi à esquadra mais próxima e bradou 'há uma Débora que me roubou o coração'. Em menos de nada, a bela rapariga estava na praça central da capital, pronta a sofrer o castigo.

A aura de um certo conservadorismo latente naquele país, obrigava alguns rapazes a pedir a mão das raparigas aos seus pais. Já o Rui, pediu timidamente a mão da Débora ao carrasco, no final da execução.



IV


Nesse certo país vivia a Beatriz. A Beatriz adora desafios e gosta de viver no limite da façanha: roubou, certo dia, uma guitarra.


V


Nesse certo país, aconteceu em tal dia estar um calor desmedido. Alheias ao incómodo da temperatura, várias pessoas suadas amontoavam-se na praça central. Estava agendada a amputação da mão de uma miúda com nome Débora. Assistiam à execução da sentença curiosos que fumavam calmamente e mulheres que entre espreitadelas para o cadafalso liam as letras gordas do jornal diário.

'despacha-te filho, está quase a começar', ouvia-se da boca de alguns aflitos.

No final, a mão da miúda caiu no cesto ensanguentado, envolto num grito ensurdecedor.

A Teresa agitava um leque no ar. Apontou um dedo para a miúda que ainda gritava e entre um sorriso altivo sussurrou 'mau dia para pintar as unhas'.

Boas razões para se gostar da blogosfera

1) Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia e do Emprego

Escreve nos blogues: The Portuguese Economy e no Desmitos.

2) Pedro S. Martins, secretário de Estado do Emprego

Escreve nos blogues: The Portuguese Economy e na Economia das Pessoas.

Vale a pena dar uma espreitadela. Não conheço estes dois senhores que vão para o Governo, mas pelo que tenho lido nestes blogues parece-me duas excelentes escolhas.

Cortar a direito

1) Passos já não nomeia novos governadores civis

É o primeiro sinal do “exemplo de rigor e de contenção” do Estado: o Governo hoje empossado já não irá nomear novos governadores civis. A medida foi anunciada hoje no discurso de posse do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

2) Deputados e ministros têm férias reduzidas em Agosto

Deputados só poderão gozar duas semanas de férias em agosto, enquanto os ministros terão direito apenas a sete dias de descanso. A prioridade é cumprir o calendário da troika

3) Passos muda bilhetes de executiva para económica

Passos Coelho viaja amanhã de avião para Bruxelas. Hoje, o primeiro-ministro mandou trocar as cinco reservas na TAP, de executiva para económica.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Keynes vs Hayek

O 1º round ("Keynes vs Hayek: Fear the Boom and Bust"), divulgado há já uns meses foi um sucesso. O 2º round ("Fight of the Century: Keynes vs Hayek") continua tendenciosamente a favor de Hayek. Os vídeos são brutais e têm uma alta qualidade dos textos e uma brutal capacidade de explicar o maior embate de ideias da história do pensamento económico. A luta continua numa guerra sem fim.



segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pira-te da casa onde nunca devias ter entrado!

Nuno Crato, o melhor nome deste Governo

Um video revelador do pensamento de Nuno Crato. Para quem não conhece a linha vale a pena ver do princípio ao fim.

Eis alguns objectivos imediatos simples que têm que ser feitos na educação:
1- Seriedade na avaliação dos alunos
2- Existência de mais exames porque em Portugal não há exames no ensino obrigatório
3- Fiabilidade dos exames porque ninguém acredita que em 2 anos é possível passar de média de matemática de 8 para 14 a não ser o Min. da Educação
4- Existência de uma entidade independente avaliadora: extinção do GAVE e criação de um gabinete de avaliação independente. Ou seja, retirar a avaliação de quem está a ser avaliado por ela
5- Fim da utilização da Educação como arma política
6- Dar mais atenção aos conteúdos e menos atenção aos processos
7- Alteração da ideologia dos programas feitos pelo Ministério
8- Dar liberdade aos professores para utilizarem vários processos de aprendizagem
9- Avaliação dos professores com base nos resultados, no acréscimo que trazem aos seus alunos: um professor que pega numa turma que vem com média de 15 e que ao fim de dois anos entrega essa turma com média de 13, é muito pior professor do que um professor que pega numa turma com média de 10 e ao fim de dois anos a faça subir para 12
10- Existência de uma avaliação externa credível, Existência de exames nacionais e Fim da inflação das notas pelos próprios professores
11- Valorização da classe dos Professores
12- Reavaliação do programa das Novas Oportunidades
13- Existência de um exame de entrada na profissão para os futuros professores
14- Acabar com o “Ministério da Educação” e criar um “Ministério pela Educação”
15- Deixar as escolas funcionar e Dar liberdade às escolas de organizarem os horários


Se conseguir fazer metade do que defendia que deveria ser feito por um ministério da educação fará um grande trabalho. É de entender porque é que dirigentes socialistas dirigistas no limiar do fascismo lhe têm tanto asco.

O que faz falta fazer

Em dia de Marcha do Orgulho Gay, o site Esquerda.net (aquele site brilhante, cheio de ideias para resolver o problema de finanças do nosso país, repleto de alternativas para resolver o problema da Justiça, entre outros) diz-nos o que é que faz falta no nosso país:
“Falta um ministro gay assumido. Falta uma procuradora-geral da república lésbica assumida. Falta um governador do banco de Portugal transexual. Falta um guarda-redes do porto casado com um lateral do Sporting.”

Em boas respostas por esta blogosfera fora, encontra-se a de Helenafmatos, do blasfémias:
“O que fazia mesmo falta a muita gente do BE era sair daquele clube de betos prosélitos constituído pela esquerda das causas. E já agora que tal uma drag queen negra para dirigente do BE? Afinal o economista branco, de olhos azuis e que sabe o que é ser pai já lá está há um ror de anos, não é?"

Confesso que, apesar de gostar da resposta supracitada, nunca me dava ao trabalho de responder a quem ousa achincalhar o grande Sporting Clube de Portugal.

Seguindo a lógica do o que faz falta, ao que parece, Francisco Louça, o coordenador daquele partido cheio de ideias para o país, veio reconhecer em entrevista ao programa Gente que Conta da TSF, que afinal de contas, o BE errou ao recusar reunir-se com a Troika:
"Se fosse hoje teria visto essa reunião com outros olhos”. “A nossa atitude não foi compreendida e isso prejudicou-nos do ponto de vista eleitoral”. “Poderíamos ter tido uma atitude diferente”.

Espero sinceramente que o-discurso-do-esquerdismo-infantil-anti-europeu esteja a mudar. Espero sinceramente que a-peça-que-falta-para-a-normalização-europeia-da-nossa-democracia esteja a chegar. Espero sinceramente que os-revolucionários-de-spa estejam a caminhar para uma futura coligação PS/BE (ou outra coisa nova).

Depois de assumirem este último erro infantil (incompreensão face à decisão do Bloco de não comparecer na reunião com a Troika), vamos esperar se aparecem justificações para erros anteriores, de semelhança infantilidade, como a apresentação de uma moção de censura ao governo Sócrates.

Por fim, apenas me falta concordar contigo Fernando: o teu partido não só não morreu, como está para as curvas. Resto de uma boa caminhada.

sábado, 18 de junho de 2011

Uma bela Tradução de algumas críticas ao novo governo

O Ministro das Finanças é um desconhecido –> O Ministro das Finanças não faz parte do grupo de keyneasianos que vai à televisão

O Ministro X é uma 2ª ou 3ª escolha –> Os jornais não conseguiram acertar na composição do governo

É um ministro sem peso político –> O cavaquismo morreu

É um governo inexperiente –> É um governo que nunca faliu um país

O ministro da economia nunca pagou um salário –> O país precisa de empresários como Vieira da Silva no governo

A Ministra da Agricultura é formada em direito –> Se não percebe de agronomia, como é que vai perceber os procedimentos para a distribuição de subsídios europeus?

O ministro da Saúde não é médico –> Quem é que agora vai receitar os antibióticos?

É um governo de tecnocratas –> Temo que saibam fazer contas

O ministro é um teórico –> Acho que não se formou na Independente, e consta que percebe a lei da oferta e da procura

[Via Blasfémias, pelo grande João Miranda]

Gosto!

Primeiro Ministro - Pedro Passos Coelho

Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros - Paulo Portas

Ministro de Estado e das Finanças - Vítor Gaspar

Ministro da Economia e Emprego - Álvaro Santos Pereira

Ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência - Nuno Crato

Ministro da Saúde - Paulo Macedo

Ministro da Solidariedade e da Segurança Social - Pedro Mota Soares

Ministro da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território - Assunção Cristas

Ministro da Defesa - Aguiar Branco

Ministro da Justiça - Paula Teixeira da Cruz

Ministro da Administração Interna - Miguel Macedo

Ministro dos Assuntos Parlamentares - Miguel Relvas

Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros - Marques Guedes

Secretário de Estado adjunto do PM - Carlos Moedas

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O FIM DA ILUSÃO

O novo livro de Medina Carreira oferece uma visão clara das circunstâncias que conduziram ao colapso financeiro do Estado Português e das políticas que poderiam tê-lo evitado.

Ao mesmo tempo o autor alerta para o carácter inadiável das medidas tendentes à recuperação das finanças, da economia e da sociedade portuguesa.

Sem ilusões.


Os votos nulos mais originais nas legislativas 2011

Insultos, orações e até canções nos boletins de votos

Paulo Futre, o campeão dos votos nulos

domingo, 12 de junho de 2011

passagens

"Lenz acariciou ao de leve o rabo da mulher e riu-se para o vagabundo. Pediu que ela saísse:

- Conversas de homem - e sorriu de novo.

- Ja viu estas notícias? - perguntou Lenz ao vagabundo, enquanto lhe estendia o jornal com a primeira página virada para cima.

- Estou com fome - disse o homem.

Lenz não respondeu. Tinha ainda o jornal na mão.

- Veja isto: o presidente diz que a população começa a ter finalmente algum sossego. Vê? Que sossego é este? Conhece-o?

- Por favor... - repetiu o homem.

Lenz continuou a ler os títulos da primeira página:

" Há uma nova classe em ascenção: os negociantes começam a chegar com o seu dinheiro aos cargos políticos e começam a preocupar-se com a situação do país, em vez de se preocuparem, em exclusivo, com a situação da sua fábrica." Ouviu isto? - pergunta Lenz.

- Não me humilhe - disse o homem.

Lenz pediu-lhe para não ser ridículo.

- Deve respeitar o país. Sabe o hino? Vou dar-lhe comida. Quer? E dinheiro?

O vagabundo mexeu-se ligeiramente. Estava de pé. Lenz ainda não permitira que se sentasse no pequeno banco que estava vazio, ao seu lado.

- Mas cante primeiro o hino - pediu Lenz. - Em qualquer situação... Não perder o sentido da existência, percebe? Os deveres de cada homem, depois de nascer num certo país; entende isto? Sabe o hino? Posso pedir-lhe para cantar? Ainda temos tempo. A comida ainda está a chegar. Vamos, avance, por favor, peço-lhe."



Gonçalo M. Tavares, em Aprender a Rezar na Era da Técnica

sábado, 11 de junho de 2011

Maria Internacional

Que graça. 24.000 e-mails da Drª Palin libertados pelas autoridades do Alaska, 3 anos após pedidos da imprensa para permitir uma "melhor compreensão (ainda?)" de quem era a revelação disléxica republicana. Fica um cheirinho do forte trabalho de equipa de conversão de fuso-horário:



Fonte: The Guardian

quinta-feira, 9 de junho de 2011

remessa para as férias ou espaço marcelo rebelo de sousa




Outras reflexões

Não sei que diga do partido a brincar, da demagogia raivosa, da existência insignificante, do simples protesto ou da falta de seriedade. Não sei que diga por não saber se as críticas têm mais de agressivo ou de arbitrário. Ou de simples cliché.

Por isso, vou ulular pouco mais acerca disso. Vou deixar dois links e dispor ao discernimento de quem a eles aceda a formulação de juízos de valor.



Este primeiro link fala de coerência e de como 'a exigente situação económica' sabe obrigar a uma escolha de sacrificados bastante selectiva. Fala também de demagogia e de política a brincar.


Este segundo link fala de simples protesto, existência insignificante e falta de seriedade.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A direita a entrar com o pé esquerdo...

Concordo absolutamente com o Manuel Castelo Branco do 31 da armada: É surpreendente que a primeira decisão do próximo governo seja a criação de uma nova entidade/organismo para controlar aquilo que deve ser feito pelo Governo e os seus Ministros.

Ó Passos Coelho, deixa-te de merdas. Em vez de acabares com as 42% das empresas municipais que não contribuem para o PIB (isto é, têm valor acrescentado bruto negativo e que na prática retiram valor à economia), crias mais entidades/organismos públicos que não servem para nada.

Assim não vamos lá.

Felipe, tens máquina de filmar?

Reflexões (I)

1.

Tem graça falar das taxas de juro. Ora imagina lá os bonequinhos da taxa de juro se o Louça fosse o nosso primeiro-ministro.

2.

Prova de consciência: partido a brincar perdeu metade da anterior representação parlamentar - a demagogia raivosa que ulula na bebedeira da exigente situação económica limitou-se à sua insignificante existência - à insignificante manifestação do protesto daqueles que não encaram com seriedade os desafios da conjuntura.

Prova de inconsciência: o engenheiro ainda assim teve 28%.

Inevitabilidade: 38%, 12%.

3.

Tempo ao tempo. Também aguardo com expectativa a chegada da prova provada de competência governativa - espero sinceramente que não se ceda aos facilitismos da retórica e que se aja com determinação, com sentido de responsabilidade e com consciência que se não tivermos mão firme hoje estaremos a penhorar o futuro.

Li uma notícia interessante sobre a profissionalização das estruturas políticas da nova liderança do PSD. No Expresso.

4.

Não percebo nada disto.

5.

Antecipam-se greves e revoltas e manifestações alimentadas pelo populismo de esquerda e sindicatos. Nem tudo é mau - "O melhor das revoluções populares são as miudas de esquerda (RMD, 31 da Armada)". E segue um pensamento interessante para contrapor à miudagem de barbicha que certamente irá reclamar das propinas, um dia destes, na Avenida:

“If you think education is expensive, try ignorance”
Derek Bok
Presidente da Universidade de Harvard, 1971-1991

terça-feira, 7 de junho de 2011

coincidências (III)



6 Jun 10:22

Os juros da dívida soberana portuguesa a dois, cinco e dez anos seguem em queda, no dia seguinte à vitória do PSD nas eleições legislativas antecipadas.




7 Jun 9:50

Os juros da dívida soberana portuguesa a dez anos atingiram, esta terça-feira, um novo máximo histórico.




Não se preocupem, os contribuintes pagam!

Para os Fernandos e os Luíses que duvidavam da urgência em privatizar a TAP, leiam esta notícia no Jornal de Negócios: Dez dias de paragem podem representar perdas de 50 milhões, que não são suportáveis pela companhia, assegurou o presidente Fernando Pinto.

Todos já perceberam que estamos a viver numa altura muito difícil e que é preciso fazer cortes, menos os trabalhadores da TAP.

Enquanto isso, os “filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos” dos concorrentes riem-se e gozam. A ler: Ryanair enviram 10 rosas ao Sindicato Nacional da Aviação Civil para celebrar os 10 dias de greve da TAP.

Hoje, soube-se que a Qatar Airways assumiu interesse na privatização da TAP.
Já chega desta palhaçada. Vendam essa merda por favor.

coincidências (II)



Profecia? E veio (mesmo) o nevoeiro simbolizar a mudança - obrigado Fernando.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

coincidências

hoje o dia acordou nublado, chuvoso, cinzento.
triste, frio.
desagradável.

não é presságio.
é veredicto.

rescaldo (III)

Coligação PS/BE

"A curto prazo, estas eleições ditam uma coligação de direita. Mas, a longo prazo, estas eleições abrem a porta a uma coligação de esquerda, PS/BE, num futuro mais ou menos próximo. Esse será o grande efeito, vá, cultural destas eleições. Quando isso acontecer, eu irei comemorar essa coligação de esquerda. Porque representará a normalização da nossa democracia, e eu só quero viver numa democracia normal".

[Henrique Raposo, no Clube das Republicas Mortas]

rescaldo (II)

Vale Azevedo esteve para o Benfica como José Sócrates para o PS.
A dúvida ficará para sempre: qual destes 2 senhores é o mais vigarista?