"Lenz acariciou ao de leve o rabo da mulher e riu-se para o vagabundo. Pediu que ela saísse:
- Conversas de homem - e sorriu de novo.
- Ja viu estas notícias? - perguntou Lenz ao vagabundo, enquanto lhe estendia o jornal com a primeira página virada para cima.
- Estou com fome - disse o homem.
Lenz não respondeu. Tinha ainda o jornal na mão.
- Veja isto: o presidente diz que a população começa a ter finalmente algum sossego. Vê? Que sossego é este? Conhece-o?
- Por favor... - repetiu o homem.
Lenz continuou a ler os títulos da primeira página:
" Há uma nova classe em ascenção: os negociantes começam a chegar com o seu dinheiro aos cargos políticos e começam a preocupar-se com a situação do país, em vez de se preocuparem, em exclusivo, com a situação da sua fábrica." Ouviu isto? - pergunta Lenz.
- Não me humilhe - disse o homem.
Lenz pediu-lhe para não ser ridículo.
- Deve respeitar o país. Sabe o hino? Vou dar-lhe comida. Quer? E dinheiro?
O vagabundo mexeu-se ligeiramente. Estava de pé. Lenz ainda não permitira que se sentasse no pequeno banco que estava vazio, ao seu lado.
- Mas cante primeiro o hino - pediu Lenz. - Em qualquer situação... Não perder o sentido da existência, percebe? Os deveres de cada homem, depois de nascer num certo país; entende isto? Sabe o hino? Posso pedir-lhe para cantar? Ainda temos tempo. A comida ainda está a chegar. Vamos, avance, por favor, peço-lhe."
nao percebi
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