segunda-feira, 21 de junho de 2010

O mundo mudou

Eram praí 6 e tal da manhã. Acabava de sair do Sensation. Uma noite porreira, mesmo à maneira como diz o outro. Estava a chegar a casa. Leiria, portanto.
Já na Barosa, deparo-me com a minha vizinha. Uma pessoa simpática. Com os seus 60 anos. Estava a sair de sua casa com o seu carrinho de mão. Provavelmente iria roçar mato ou fazer um trabalho qualquer nas suas terras. Saudei-a, como se lhe tivesse desejado um excelente dia de trabalho.

Eram praí 6 e tal da manhã. E foi então que eu descobri que o Zé tinha razão: o mundo mudou!
Como é que eu não tinha percebido antes? Afinal de contas, em Portugal, mudou-se a forma e o conteúdo: eram praí 6 e tal da manhã e para uns era o fim de uma bela noite, para outros o inicio de um longo dia de trabalho.




Apesar do Ricardo Costa não concordar, o mundo mudou.
No mundo inteiro, mudou-se a forma e o conteúdo. Menos na Venezuela (não confundir com “vuvuzela” nem muito menos com “vuzuzela”). Na Venezuela muda-se a forma, mantém-se o conteúdo!

sábado, 19 de junho de 2010

de mim, digo que gosto bastante: do simbolismo à métrica, do humor à ideologia de fundo, há uma fonte que secou.


Há quem, por uma certa distância e quota parte de mistificação, se vá da morte libertando, mesmo sem que esta chegue a causar o constrangimento final. Vejo o Saramago como um desses seres longínquos, a quem a morte empurra apenas uns centímetros para trás, e coloca para lá do limiar da não mais produção literária. O afecto e proximidade que tinha pelo homem, não vão além da proximidade e afecto que sinto ao ler a sua obra e se vão, conseguem apenas nesta altura roubar-me a pena de saber que mais uma pessoa que nunca vi na vida, morreu. O mundo ficou mais pequeno, porquê daqui para a frente, ler uma frase de Saramago é saber que há menos uma frase no domínio do Saramago desconhecido. É saber que esse domínio não vai voltar a crescer e ter receio de chegar a uma qualquer última página e pensar, bolas!, não há mais Saramago para ler que me traga a surpresa necessária à emoção. Acho que o que sinto se resume a esta claustrofobia que põe na cabeça a ideia que as coisas acabam, e se é dia de pesar para os que como eu conhecem o Saramago feito das palavras e não da carne, que o seja pela consciência que não voltará a haver tesouros nascidos da sua escrita. Nunca mais.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Porque ontem foi dia de Portugal, o pensamento do dia vem no dia seguinte:

"A penalização por não participares na política, é acabares por ser governado pelos teus inferiores."
Platão (428/427 A.C. – 348/347 A.C)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Mundo ao contrário (II)

Frazão, em segundo lugar, eu concordo com Fernando Moreira de Sá do Albergue Espanhol que é necessário gerir recursos: “o que não compreendo é o motivo que leva o país a desperdiçar todo um talento como o da Bruna num recôndito arquivo de uma biblioteca municipal. O verdadeiro lugar da Bruna é numa sala de aulas como professora da nova disciplina: Educação Sexual.”

De facto, o totalitarismo do orgasmo anda aí: a ideia de que o sexo é susceptível de se ser ensinado é um curioso sinal dos tempos. Ao que parece, tanto a pré-primária como as 1000 e tal escolas vão adoptar um kit com manuais polémicos para a partir do próximo ano lectivo animar as não sei quantas horas de aulas obrigatórias que cada escalão do básico ao secundário dedicará à sexualidade. Isto para, segundo a nossa ministra da saúde, prevenir a SIDA.

Termino esta ideia da gestão de recursos com um vídeo deveras sintomático acerca do admirável mundo novo (leia-se, o do totalitarismo do orgasmo) com que nos estão a fornicar, da autoria do nosso já conhecido Alberto Gonçalves:



(Eis o sexo explicado às criançinhas)

Mundo ao contrário

Frazão, em primeiro lugar acho que temos que mudar a nossa mentalidade: em vez da cultura do premiar há que estabelecer a cultura do penalizar. Creio que não é assim que se salientam "os valores da condução automóvel segura” nem é assim que se promovem os valores de nenhuma sociedade cívica.

Facebook

Faz parte da evolução.. "A Mentira" também evolui! E já está no facebook!
Todas as publicações da Mentira passarão a ser divulgadas no FB.
Agradecia que divulgassem!


http://www.facebook.com/pages/httpa-mentirablogspotcom/122988547739616

Divulga também a tua página

Criticar é bom, Agir é melhor.

Há uns tempos atrás, enquanto era apenas comentadora deste blogue, fui "acusada" de ser pessimista, e de não defender Portugal. Eu gosto de muita coisa em Portugal, mas é tapar o Sol com a peneira, achar que em Portugal tudo é bom.
Medina Carreira não é portanto um pessimista, na minha opinião. Ele é mais um português, a quem custa ver aquilo que estão a fazer com o seu país. E agora sem dramas, a verdade é que todos nós temos um papel, e ele simplesmente mostra que sabe e que o que está a ser feito está a ser mal feito (e isto sem cor política).
Deixo-vos aqui com um texto de Medina Carreira,

"José Sócrates, é um homem de circo, de espectáculo. Portugal está a ser gerido por medíocres, Guterres, Barroso, Santana Lopes e este, José Sócrates, não perceberam o essencial do problema do país.

O desemprego não é um problema, é uma consequência de alguma coisa que não está bem na economia. Já estou enjoado de medidinhas. Já nem sei o que é que isso custa, nem sequer sei se estão a ser aplicadas.
A população não vai aguentar daqui a dez anos um Estado social como aquele em que nós estamos a viver. Este que está lá agora, o José Sócrates, é um homem de espectáculo, é um homem de circo. Desde a primeira hora.
É gente de circo. E prezam o espectáculo porque querem enganar a sociedade.
Vocês, comunicação social, o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6». Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias... mas é sem açúcar.
Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular.
Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularuxo» porque não dependo do aparelho político!"

Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...
Isto não é ensino... é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!
Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1%... esta economia não resiste num país europeu.

Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse.
Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis?
P'rá gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos?
Acha que sim?
A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela?
Quer dizer, isto está tudo louco?"

Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo for...

Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:
- Um desapareceu;
- O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora;
- O outro foi mandado embora pelo Presidente da República;
- E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim"

A minha opinião desde há muito tempo é: TGV- Não!

Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo.

Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não?

Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe...

Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português!

Um político é um político e um empresário é um empresário. Não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro... é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade.

Este país não vai de habilidades nem de espectáculos.

Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros. São propagandistas! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país!


Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista»...

Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito...

Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir. O Português está farto de ser enganado!

Todos os dias tem a sensação que é enganado!"

Agora, meus caros, digam-me, que medidas propunham para Portugal? Se governassem, o que fariam desde logo?

sábado, 5 de junho de 2010

Algo realmente importante na despedida da Selecção nacional no parque Eduardo VII




- Tânia Ribas: “Nani, não achas que o João Baião dava um bom ponta de lança?”
- Nani: “Acho que era mais defesa central. Para cortar as bolas.”

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Parabéns Grécia pelo 1º lugar!



"A companhia fabricante de preservativos Durex, realizou um estudo mundial onde tentou descobrir quais os hábitos sexuais dos habitantes de vários países. Um dos dados mais interessantes foi o das percentagens de pessoas que fazem sexo semanalmente [87%]. Os gregos podem estar em crise, mas esta não é sexual."

[Revista Sábado]

Esta é fácil Roger!

Parece que o Roger não foi capaz de responder quando lhe perguntaram se sabia onde é a Espanha vai arranjar o dinheiro para o pacote de recuperação.



Esta é fácil Roger! Espanha já começou a apertar o cordel (como aliás argumenta Ricardo Araújo Pereira, uma vez que os mendigos não usam cinto) com medidas como esta: Espanha adia ligação TGV a Portugal por tempo indeterminado.

Da série: “Só o excesso de tolerância alimenta a ditadura das minorias!”



A democracia está a passar por um momento muito perigoso. Não só a crise mundial favorece os extremismos, mas o sucesso chinês revela um modelo alternativo, mostrando que se pode atingir a prosperidade sem liberdade. As futuras gerações vão ser tentadas a abandonar aquilo que para nós é um consenso evidente. Estes nossos anos podem acabar na História como episódio isolado de uma bela experiência política. No entanto, o pior ataque ao pluralismo, hoje como sempre, vem de dentro, dos abusos dos democratas. É na sua própria fragilidade que a democracia encontra os maiores perigos.

Portugal aprovou a lei do casamento de pessoas do mesmo sexo. Goste-se ou não, trata-se de uma mudança histórica, nuclear, fundamental. É difícil encontrar no passado situações em que algo tão influente e estrutural foi mudado num dos seus elementos mais definitórios. Mas o mais surpreendente é a ligeireza com que essa mudança foi feita.

Um governo minoritário e acossado, uma maioria ocasional composta por partidos que se detestam e uma votação quase distraída. Num país em convulsão com crise e desemprego, os parlamentares juntam-se momentaneamente, o Tribunal Constitucional cede à ideologia, o Presidente lava as mãos como Pilatos e muda-se a definição de casamento. O povo não foi consultado, não houve debate profundo nem longas elaborações. Um grupito de deputados, cheios da própria certeza que querem impor ao mundo como verdade absoluta, chegou para alterar o que os milénios tinham conservado.

Para lá da questão concreta, sobre a qual muito se escreveu, o que assusta é a fragilidade do quadro institucional. Os mais preocupados deviam ser os partidários da nova lei, porque assim como veio, um dia irá com igual facilidade. Aliás, o exemplo da Califórnia, onde uma lei equivalente não chegou a durar seis meses em 2008, aponta nesse sentido. Mas se este assunto é crucial, não é só a ele que se limita o problema. Se até o casamento mudou assim, o que é que está a salvo? Tudo fica fluido.

Esta lei não surgiu do nada. Ela constitui apenas o mais recente passo de uma vasta campanha de promoção do erotismo, promiscuidade e depravação a que se tem assistido nos últimos anos. Por detrás de leis como o aborto, divórcio, procriação artificial, educação sexual e outras está o totalitarismo do orgasmo. Parece que o deboche agora se chama "modernidade". Mas se um dia, em vez de uma maioria porcalhona, tivermos um parlamento nihilista, espírita, xenófobo ou iberista, o que salva a identidade nacional?

Hoje mesmo, na actual composição parlamentar, não será difícil encontrar uma maioria para apoiar coisas abstrusas, como a proibição de touradas ou rojões, imposição da ordenação sacerdotal de mulheres ou a obrigatoriedade de purificadores atmosféricos. Aliás, uma lista exaustiva dos disparates em que os nossos deputados acreditam encheria volumes. Este episódio revela com dramática clareza a enorme fragilidade do sistema que tanto prezamos e louvamos. Uma democracia vale o que valer a dignidade e o respeito dos seus democratas.

A nova lei, apesar de ser um marco milenar em termos formais, poucas consequências práticas terá. Depois do folclore momentâneo, amortecido pela crise e o campeonato do mundo, as coisas ficarão quase na mesma. Aliás, ao eliminar a aura de minoria perseguida de que têm gozado os comportamentos sexuais desviantes, vai finalmente revelar-se a sua verdadeira realidade e assim contribuir para destruir-lhes o encanto.

A atitude de fundo que os suporta é a apoteose do narcisismo, fechado à fecundidade e centrado no prazer. A actual visão dominante do casamento, de qualquer sexo, é hedonista, precária, egoísta. Mas esta tolice ideológica não durará muito, como não duraram os delírios das gerações anteriores que hoje tanto nos desgostam. Apesar dos ataques, a verdade da família, baseada numa doação mútua, estável e fecunda, resistirá. Aquilo que no processo pode desaparecer é a nossa democracia, sacrificada, como no século XX, no altar da arrogância dogmática.”

[João César das Neves, colunista no DN]




Depois da polémica com a nova música do grande Quim Barreiros, penso que não há muito a dizer deste artigo de opinião do César das Neves. Ou se calhar há...