quinta-feira, 10 de junho de 2010

Criticar é bom, Agir é melhor.

Há uns tempos atrás, enquanto era apenas comentadora deste blogue, fui "acusada" de ser pessimista, e de não defender Portugal. Eu gosto de muita coisa em Portugal, mas é tapar o Sol com a peneira, achar que em Portugal tudo é bom.
Medina Carreira não é portanto um pessimista, na minha opinião. Ele é mais um português, a quem custa ver aquilo que estão a fazer com o seu país. E agora sem dramas, a verdade é que todos nós temos um papel, e ele simplesmente mostra que sabe e que o que está a ser feito está a ser mal feito (e isto sem cor política).
Deixo-vos aqui com um texto de Medina Carreira,

"José Sócrates, é um homem de circo, de espectáculo. Portugal está a ser gerido por medíocres, Guterres, Barroso, Santana Lopes e este, José Sócrates, não perceberam o essencial do problema do país.

O desemprego não é um problema, é uma consequência de alguma coisa que não está bem na economia. Já estou enjoado de medidinhas. Já nem sei o que é que isso custa, nem sequer sei se estão a ser aplicadas.
A população não vai aguentar daqui a dez anos um Estado social como aquele em que nós estamos a viver. Este que está lá agora, o José Sócrates, é um homem de espectáculo, é um homem de circo. Desde a primeira hora.
É gente de circo. E prezam o espectáculo porque querem enganar a sociedade.
Vocês, comunicação social, o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6». Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias... mas é sem açúcar.
Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular.
Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularuxo» porque não dependo do aparelho político!"

Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...
Isto não é ensino... é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!
Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1%... esta economia não resiste num país europeu.

Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse.
Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis?
P'rá gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos?
Acha que sim?
A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela?
Quer dizer, isto está tudo louco?"

Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo for...

Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:
- Um desapareceu;
- O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora;
- O outro foi mandado embora pelo Presidente da República;
- E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim"

A minha opinião desde há muito tempo é: TGV- Não!

Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo.

Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não?

Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe...

Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português!

Um político é um político e um empresário é um empresário. Não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro... é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade.

Este país não vai de habilidades nem de espectáculos.

Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros. São propagandistas! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país!


Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista»...

Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito...

Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir. O Português está farto de ser enganado!

Todos os dias tem a sensação que é enganado!"

Agora, meus caros, digam-me, que medidas propunham para Portugal? Se governassem, o que fariam desde logo?

6 comentários:

  1. A resposta do Medina seria: "Já não há nada a fazer! Agora tudo tenderá a piorar! Não há solução!"

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  2. Caro Palpita-se,
    Não falei na resposta do Medina Carreira, mas sim na sua. Não obstante poder dar a sua opinião livremente, considero que se algum jornalista alguma vez tiver a brilhante ideia de lhe fazer uma pergunta sobre soluções, poderemos saber então o que dirá o senhor. A questão é que dá audiências alguém a dizer estas coisas, disso não tenha dúvidas, porque é a verdade.

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  3. Cara anafrazaosousa,
    Não me querendo alargar, de momento, acho que uma das soluções poderia, exactamente, passar por uma tentativa por parte dos jornalistas, comentadores e afins de ao invês de desajudarem, criticando ainda mais o país, tentarem ajudar. Se estamos perante uma (grande) crise económica, só irá piorar a situação uma crise social e política. Portanto, este tipo de comentários não tendem a ajudar a situação e a melhorar o panorama.

    Já agora, aproveito para dizer que nem no dia de Portugal, de Camões e das Comunidades se consegue ser um pouquinho simpática para o seu país... Não custava nada tentar! (ainda não se paga)

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  4. Não é aos jornalistas que cabe ajudar o país. Tudo bem que é importante mantermos a moral em cima, mas as ilusões já vimos que não nos levam a lado nenhum..
    Quem tem que nos ajudar é quem obteve por voto dos portugueses esse papel, e que pelos vistos não tem sabido desempenhá-lo de forma isenta e correcta!

    Em relação à simpatia, penso que é algo que não me falta. E o dia de Portugal não é como disse para "tapar o sol com a peneira", é para olharmos para o nosso país como ele é, e fazer algo por ele. Quando digo algo, é garantir que as gerações futuras vão ter um país decente, com qualidade de vida e finanças sustentáveis.

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  5. Garantir o que quer que seja às gerações futuras depende de todos, nomeadamente dos jornalistas, dos comentadores, dos governadores, de quem vota nas minorias, de quem vota nas maiorias, dos médicos, dos engenheiros, dos agricultures, dos pescadores, dos estudantes, dos inúteis que deverião ganhar utilidade, isto é, de todos os cidadãos. São estes que com as suas decisões (conscienciosas, esperemos) fazem um país, portanto não é sensato culpabilizar e responsabilizar, apenas atenção, quem por acaso não tem sido muito virtuoso no desempenho dos seus papéis. No que concerne à sua simpatia, creio que a tenha, mas não quando se refere a Portugal e espero que esteja a lutar por essa tal sustentabilidade de que fala (e acredito que sim).

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  6. *Deveriam. Fui ao site de conjugação de verbos que aconselharam aí há uns tempos. Mil perdões pelo erro. Prometo, um dia, dizer algo mais construtivo... Mas não podia ficar sem me pronunciar!

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