quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

momento cinematográfico




film socialisme, de jean luc godard

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

prendas de natal (III)

Também na Sábado desta semana, Pacheco Pereira fala-nos sobre surpresas sobre os candidatos à presidência da república:
“Surpresas? Eu tive uma: Nobre tem a pior das posturas, pessoal e nos debates, uma mistura de vaidade e aproveitamento biográfico sem pudor, populismo e ignorância.”

No entanto, sem comentar as palavras deste guru da política, ofereço-vos esta segunda prenda de natal que considero ser a maior surpresa destas presidenciais:

O candidato presidencial e fundador da AMI inscreveu-se em 1993, mas nunca pagou as quotas. Não obstante, a Causa Real conta com ele.
O candidato presidencial e fundador da AMI, Fernando Nobre, é um dos mais de dez mil portugueses filiados na Causa Real. Nobre filiou-se em Lisboa no início de 1993, mas nunca chegou a pagar qualquer quota. Nem a primeira. “Continua a ser nosso filiado”, disse ao Expresso uma fonte da Real Associação de Lisboa, onde Nobre tem a sua ficha de inscrição. “Nunca nos comunicou a sua desistência, nem veio levantar o boletim de filiação. Portanto, ainda consta dos nossos ficheiros”. Simpatizante do regresso de um regime monárquico para Portugal e filiado há 17 anos, Fernando Nobre manifestou-se indisponível para falar ao Expresso sobre o assunto. Há muito anos que o candidato à mais alta magistratura do Estado se assumiu como simpatizante. Já em Fevereiro, numa entrevista dada à revista “Sábado”, Fernando Nobre confirmou ter pertencido à Causa Real, mas diria também que agora era apenas simpatizante, acrescentando: “A História de Portugal não começou em 1910. Temos quase nove séculos de Historia. Vamos apagar oito e olhar para os últimos 100 anos?”

[Fonte: "Fernando Nobre, o não praticante" - Jornal Expresso de 14 de Agosto de 2010]

prendas de natal (II)

Nota prévia: Perdi algum tempo a pensar como é que iria abordar estas 2 bombas jornalísticas (como agora se chamam) encontradas por aí nos media ao género Wikileaks. Na verdade, tenho que te agradecer meu caro Fernando, prendas de natal encaixa perfeitamente no que procurava.



A primeira prenda de natal que tenho para vós, não é mais nem menos do que mais uma mentira socialista, desta vez de um candidato à presidência da república. Eu sei que já estão um bocado fartos. Compreendo e confesso que já cansa. São umas atrás das outras e esta brincadeira nunca mais acaba: primeiro esta, depois esta, depois esta e agora esta.

Em Setembro escrevi aqui que “este governo tem um sério problema com os títulos académicos”. Pelos vistos não é só este governo. São os socialistas em geral, como comprova a revista sábado:

“Preciso urgentemente dos meus documentos universitários, inclusive as cadeiras feitas e respectivas classificações. Junto do meu padrinho tenho possibilidades de completar o meu curso. Seria óptimo se ‘arranjassem’ as coisas de modo a que o certificado dissesse ter eu o 3.º ano completo.”
(...)
“Será conveniente que esses documentos venham por mão própria, para esses filhos da puta não os roubarem no correio.”
(...)
Manuel Alegre não concluiu o 3.º ano de Direito, daí o uso de aspas no verbo “arranjassem” (...).

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

prendas de natal (I)

"A grande e decisiva arma é a ingnorância. É bom, dizia o Sigisberto no seu jantar de aniversário, que eles nada saibam, nem ler, nem escrever, nem contar, nem pensar, que considerem e aceitem que o mundo não pode ser mudado, que este mundo é o único possível, tal como está, que só depois de morrer haverá paraíso(...)."


José Saramago, Levantado do Chão



idolomania

Admito, não estou a acompanhar religiosamente a actual temporada dos ídolos. Tenho, isso sim, tido um azar dos diabos nas esporádicas vezes em que lá acabo por assistir a essa grande rampa de lançamento de talentos musicais, pop. Uma dessas vezes dou com uma moça a cantar Zeca Afonso e a ser enxovalhada pela sua escolha, porque, e parafraseado, ser artista pop está nos antípodas de cantar música de intervenção e, quem o faz, só pode estar a atravessar uma fase temporária de retro-hippie-chiq-esquerdismo. Rí. Foi um momento engraçado. Estúpido, parvo até. Rí. Hoje, vejo uma outra moça, a engraçada Carolina, embarcar numa de feminista e dedicar uma música à Roberta, por essa ser uma mulher que, apesar de mulher, conseguiu vingar na vida. Foi a gota de água, e o que transbordou do copo chamdo minha transigência, desugua agora neste post. A Roberta, senhora certamente bacana, é responsável pela organização do Rock in Rio. Mesmo Rock in Rio que o seu pai criou. Mesmo pai que é, pasmem-se, homem. Ou seja, temos como três ídolos de portugal: a Sara, que só vingou no respeito do juri por ter deixado em casa o zeca afonso, o martim, que já antes dos ídolos actuava no Avante!, mas que se o dissesse corria o risco de despir a pele de ídolo musical e vestir a de cromo retro-hippie-chic-esquerdista, e a Carolina, que tem como heroína feminista a simone de beauvoir das revistas cor de rosa, que vinga na vida a organizar o festival do papá. Sinais dos tempos.



quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

debate I: fransisco contra fernando

Custou-me ouvir o Fernando Nobre. Tantas situações honrosas da sua vida, tantos pontos meritórios do seu currículo, disparados ao desbarato com um tanto ou quanto de presunção (pareceu-me). E vá lá... ter como uma das três ideias fundamentais, a criação de um site por cada político, para que lá se possa tornar público o seu património, faz parecer parvamente fácil (infantil até) a solução para a eterna questão da evasão fiscal (parece-me). Fernando disse ainda que a sua candidatura é unipessoal, independente e que parte da vontade de um cidadão... resta saber de quem. Outra vez: custou-me ouvir o Fernando Nobre... acho que não merece aquilo a que, com a sua candidatura, ele próprio se sujeita. Francisco Lopes esteve fixe. É patriótico e de esquerda. Já sabíamos, e atrevo-me a dizer, que com mais minuto ou menos minuto, pouco mais iremos saber.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Momento Musical

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

hoje à noite no IST

há vida além dos integrais:

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Vienna

Quando uma pessoa tem mais que fazer, é que se lembra que está na altura de contar um pouco do que se passa por cá. Tive que escrever uma notícia para o jornal da minha faculdade, sobre a minha experiência de Erasmus, e por isso aqui está uma versão alargada da mesma.

Vienna waits for you


Billy Joel sempre se mostrou como um génio, mas nunca pensei que a minha experiência de Erasmus fosse prevista por uma música de 1977. Recomendo! Ambas!

Antes de vir para Viena, todos me descreviam a cidade como muito bonita, uma cidade completa e alegre. E terminavam com um “Vais adorar”, que já me deixava nervosa. Confesso que ainda me conseguiu surpreender. Adjectivos não chegam.

Não queria cair na descrição típica de um roteiro turístico, mas sem dúvida que os monumentos que se visitam são belíssimos , há uma variedade de Museus, Galerias ) Lojas especializadas. Uma cidade cosmopolita mas com o seu lado histórico em todos os cantos arredondados dos edifícios. E nos doces típicos, do Apfel Strudel à Sacher Torte (bolo de chocolate).

A qualidade de vida proporcionada pela cidade é incontestável. A segurança vê-se na presença regular da polícia, especialmente à noite. Até porque a rede de transportes funciona 24 horas. Pessoas na rua a cantar ópera, músicos a tocar a banda sonora do “Padrinho” no metro são comuns. O incomum está no facto dos austríacos facilmente prendarem estas pessoas com valores simbólicos, mas que ainda assim mostram as diferenças sociais e de mentalidade em relação ao Sul da Europa.

Mesmo quando o sol teima em não aparecer, as noites compensam. E há alguma festa, de Erasmus ou não, em que os estudantes se encontram. O Facebook é sem dúvida um veículo de promoção das mesmas, especialmente as que são organizadas por residências ou grupos. Há discotecas e bares (típicos ou não) muito interessantes, com Dj’s internacionais e diversão garantida.

Só há uma pequena falha do Billy Joel, se Viena espera por mim, para quê tanto Red Bull? Vou passar a explicar, a minha professora de Alemão pelas 9 da manhã ingere um iogurte líquido e um Red Bull. Aparentemente eles consomem muito, mesmo! A razão é explicada pelo facto da Áustria ser o país originário da mesma. Mas ainda assim..

Wirtschaft Unversität (não podia deixar de dizer qualquer coisa em alemão) é a universidade com a qual a Católica tem “protocolo”. Aqui também não faltam ecrãs no átrio que falam de rankings do Financial Times e de certificações da Equis. Uma óptima universidade, com muito boas condições e professores prestáveis. Com um método diferente, quando vamos à faculdade para fazer uma cadeira temos 3 ou 4 horas da mesma, e por isso ficam ficamos com dias livres para viajar ou descansar.

Há duas vantagens em vir para Viena: o alemão e as viagens. O alemão é difícil mas há sempre a possibilidade de aprender um pouco. Mas o inglês é a língua mais usada, inclusivamente nos supermercados, os colaboradores na sua maioria falam fluentemente. Em relação às viagens, parece-me óbvio, uma vez que a cidade está localizada numa zona bastante central da Europa, e permite ir rapidamente a várias cidades da Europa Central e de Leste. Os austríacos não são as pessoas mais simpáticas, mas eu culpo a falta de sol e de bom tempo. Mas isso não tira a Viena o seu quê de especial.

Why don't you realize, Vienna waits for you?

When will you realize, Vienna waits for you?



___

Nota: Espero que o Católica Tribune não se importe. Ahaha :)

momento aguiar branco

"Mas que significado têm as greves na luta da classe operária? Para responder a essa pergunta devemos nos deter primeiro em examinar com mais detalhes as greves. Se o salário dos operários se determina – como vimos – por um convênio entre o patrão e o operário. e se cada operário por si só é de todo impotente, torna-se claro que os operários devem necessariamente defender juntos as suas reivindicações; devem necessariamente declarar-se em greve, para impedir que os patrões baixem os salários, ou para conseguir um salário mais alto. E, efetivamente, não existe nenhum pais capitalista em que não sejam deflagradas greves operárias. Em todos os países europeus e na América, os operários se sentem, em toda parte, impotentes quando atuam individualmente e só podem opor resistência aos patrões se estiverem unidos, quer declarando-se em greve, quer ameaçando com a greve. E quanto mais se desenvolve o capitalismo, quanto maior é a rapidez com que crescem as grandes fábricas, quanto mais se vêem deslocados os pequenos pelos grandes capitalistas, mais imperiosa é a necessidade de uma resistência conjunta dos operários porque se agrava o desemprego, aguça-se a competição entre os capitalistas, que procuram produzir mercadorias de modo mais barato possível (para o que é preciso pagar aos operários o menos possível), e acentuam-se as oscilações da industrial e as crises. Quando a indústria prospera, os patrões obtêm grandes lucros e não pensam em reparti-los com os operários: mas durante a crise os patrões tratam de despejar sobre os ombros dos operários os prejuízos.
(...)
Mas as greves, por emanarem da própria natureza da sociedade capitalista, significam o começo da luta da classe operária contra esta estrutura da sociedade. Quando os operários despojados que agem individualmente enfrentam os potentados capitalistas, isso equivale a completa escravização dos operários. Quando, porém, estes operários desapossados se unem, a coisa muda. Não há riquezas que os capitalistas possam aproveitar se não encontram operários dispostos a trabalhar com os instrumentos e materiais dos capitalistas e a produzir novas riquezas. "
adivinhem:
Vladimir Ilitch Lenine, na Revista Proletarskaya Revolyutsiya, em 1899 (sobre a greve)

domingo, 14 de novembro de 2010

manel alegre e a receita para as crises de fé

"Por que é que Cavaco seria um PR de facção e o senhor não?
Porque eu tenho uma posição clara sobre aspectos concretos da nossa democracia, o SNS, a escola pública, a segurança social…Qualquer governo que os tente pôr em causa, mesmo que seja o PS, terá a minha oposição. Não sei se Cavaco dá a mesma garantia.


E deixa Teixeira dos Santos discursar num comício seu?

(risos) Acho que ele é suficientemente inteligente e boa pessoa para compreender que não seria um bom serviço que prestaria à minha candidatura.


Cavaco reuniu tarde demais o Conselho de Estado?
Fiz essa crítica. Deva tê-lo convocado antes como se devia ter pronunciado antes. É grave que o PR tenha a posição de resignação e de conformismo em relação aos mercados. Precisávamos de um Presidente. Os portugueses estão muito angustiados, os jovens nomeadamente. É uma das coisas que me afligem muito e me dão vontade de entrar neste combate político. É preciso que eles tomem nas mãos os seus destinos, que se revoltem!



http://www.manuelalegre.com/302000/1/001530,000004/index.htm

sábado, 13 de novembro de 2010

Adeptos encarnados pedem entrada do FMI no Benfica

Por Vítor Elias em "O inimigo publico"

A hecatombe do Benfica no Estádio do Dragão foi tal que os adeptos encarnados não vêem outra solução que não seja a providencial entrada do FMI no clube para o salvar da perdição.

Os adeptos encarnados esperam que os senhores do FMI aterrem em pleno Estádio da Luz, montados na águia Vitória, obrigando Jorge Jesus a aceitar duras medidas de austeridade, como vender uma dúzia de jogadores, de maneira a jogar sempre com os mesmos e não ter Sidneis e Gáitans para sacar da cartola quando menos se espera. Tal como Teixeira dos Santos admitiu pedir a intervenção do FMI se os juros da dívida pública chegassem aos 7%, Luís Nazaré admite a entrada do FMI no clube quando o Benfica tiver 7% dos pontos do FC Porto no campeonato nacional, o que já esteve mais longe.

MEDIDAS DE AUSTERIDADE EXIGIDAS PELO FMI AO BENFICA

• Vender activos do Benfica que não estiveram ao seu melhor nível contra o FC Porto, como o Sidnei, o Gáitan e o árbitro Pedro Proença;

• Manter apenas um comentador afecto ao Benfica nos programas desportivo da TVI 24, em vez de serem todos, incluindo o moderador;

• Vender o Benfica TV ao senhor Nuno Cabral de Montalegre que ganhou o Euromilhões;

• Vender o jornal “A Bola” ao senhor Paulo Castro da Amareleja que acertou na Raspadinha;

• Rentabilizar o David Luiz em anúncios a shampoos desembaraçantes com manteiga de Karité;

OBJECTIVOS EXIGIDOS PELO FMI AO BENFICA

• Reduzir o défice de golos num único jogo para 4% dos golos sofridos no FCPorto-Benfica;

• Estabilizar o valor das acções da Benfica SAD, deixando o Jorge Jesus enfiar tantas pastilhas-elásticas na boca que nem consiga abri-la para explicar as suas tácticas aos jogadores;

• Aumentar as exportações, vendendo o treinador ao primeiro clube do meio da tabela do campeonato espanhol que o quiser;

• Ficar em segundo lugar na fase de grupos da Champions League, amealhar o prémio monetário e não comparecer nos dois jogos dos oitavos-de-final, de maneira a, conforme determinam os regulamentos, perdê-los apenas por 3-0;

• Substituir o Jorge Jesus pelo Rui Santos, o Medina Carreira do futebol.

http://inimigo.publico.pt/Noticia/Detail/1465963

ja dizia o outro:



daqui

terça-feira, 9 de novembro de 2010

uma questão de linguística

Ah, entendi. Ou acho que entendi, vejamos: Eu sei, ou sabemos, que as notícias de greves que nos chegam são facciosas, que são a ponta violenta e sensacionalista de um iceberg pacífico. Como tenho consciência disso, quando me perguntarem se a greve em Portugal deveria ter expressão nas ruas, como no resto da europa, só tenho é que dizer que não... porque sei que a consciência colectiva não sabe o que eu sei. Isto é, no meu entendimento, os exemplos gregos e franceses são bons, só não os posso é referir em Portugal.


Então, se eu responder (a) “não, não devia haver acções de rua”, estou a responder segundo o que, à partida, deixa tranquila a ideia top-of-mind. E por isso estou a ser correcto.

Mas eu acredito que a melhor forma de, no fim do dia, calar o duelo de percentagens de adesão, é ter grande parte dos grevistas na rua, e passar do estatístico ao factual. No entanto, se responder (b) “sim, acho que a greve devia ter expressão nas ruas como no resto da europa”, porque de facto sei que essa expressão no resto da europa é no seu grosso pacífica, estou a ser errado.


Na hipótese (a) dou a resposta que vai contra aquilo em que acredito e de encontro ao menos escandaloso. Na hipótese (b) dou a resposta que sei ser a que se coaduna com a realidade europeia, que sei ser a que melhor serve os propósitos reindivicativos da greve, e que sei que, por estarmos na dimensão errada em termos de midia, pode ser um mau exemplo e causar alguns anti-corpos. Álguem sabe o que traduziria escolher a resposta (b)? O Felipe sabe, responde nas últimas três palavras do seu último post.


-Achas que os exemplos que Pairam no ar, acerca da França e da Grécia são bons exemplos?

-Não

-Concordas que o que Paira no ar corresponde à Realidade desses países?

-Não

-Então, vais entrar no jogo da mediatização da infinitésima quota de acções violentas desses paíeses?

-Não

-Sendo assim, sentes-te na legitimidade de escolher como referência esses países?

-Sim

-Obrigado por esta entrevista fernando.

-De nada fátima.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Interpretação

Repito:



8 – A greve geral não vai ter expressão de rua?

R: A expressão de rua por essa Europa fora tem vindo a dar uma maior visibilidade à luta dos trabalhadores, a que se juntaram, como vimos em França e na Grécia, os desempregados, estudantes e precários, pelo que era importante dar-se forma a essa expressão.

Deixo para consideração de cada um interpretar o que entende por expressão de rua por essa Europa fora. Não me recordo de uma greve em que não haja paralisação nem desfile nas artérias urbanas. O que tem dado visibilidade às greves da França e da Grécia é a violência de rua. Isso aparece nos jornais e na televisão. Concordamos neste ponto. Óptimo. Agora dizerem que era importante dar a forma de expressão que tem sido dada nesses países... Demagogia? Chama-lhe interpretação. Eu só mostrei em fotografias a forma de expressão que alguns acham que era importante dar.

"Greve na França foi completamente pacífica, com teatro, dança e muita animação, sem mortos nem feridos, sem presos, sem nenhum tipo de incidente, sem violência, pelo que correu tudo bem e foi apenas mais um dia. Havia até crianças com t-shirts bonitas, flores brancas desfilavam nas mãos dos cidadãos." - Abertura do telejornal, numa outra dimensão.

Insisto que não é essa a expressão que chega - logo acho bonito quererem usar o que tu sabes que chega como exemplo. Experimenta perguntar na rua como têm corrido as manifestações em França e lista a ideia top-of-the-mind. Já sei, demagogia.

extrema violência (ou, por falar em populismo)

carro vandalizado

violência extrema (na óptica da bolacha)

manifestantes franceses apanhando balanço para partir alguma coisa


dona alzira com um rocket artesanal


punho ameaçador. nao me lixem, tenho a certeza que a gaja vai mesmo bater em alguém!


estudante grego agredindo polícia.


acção armada do bloco, pelas ruas de lisboa




o sensacionalismo vende. e, como me parece óbvio, a acção violenta é sensacionalista. se numa manifestações que junta centenas de milhares de pessoas, vinte são detidas por actos violentos, é justo dizer-se que existiu uma manifestação violenta? os exemplos frances e gregos são diferentes dos exemplos franceses e gregos que a televisão nos mostra. e aí permitam-me que cite o André, quando este cita o Daniel Oliveira:

4. “O que aparece sempre nas televisões é o carro a ser incendiado, mas o que está a acontecer em França são paralisações de enormes dimensões e manifestações pacíficas de milhões de pessoas. Os carros é um pormenor mediático!”


Um exemplo paradigmático:


Título: detidas 18 pessoas após violentos incidentes em manifestações

"SAINT nazaire , França, 16 Out 2010 (AFP) -A polícia francesa deteve 18 pessoas, entre elas 10 menores, após confrontos entre jovens manifestantes e forças de ordem, este sábado, no porto de Saint Nazaire (noroeste) depois da manifestação contra a reforma das aposentadorias. (...)"

últimas duas linhas:

"(...)
A manifestação contra a reforma das aposentadorias, da qual participaram 18 mil pessoas, segundo os sindicatos, e sete mil, segundo a polícia, havia transcorrido sem incidentes."

fonte:UOL

aposto que não são poucos os jornais, onde é possível encontrar exemplos parecidos. O que faz a notícia supracitada? A manifestação com 18 mil pessoas ou os actos de 18 após essa manifestação ter ocorrido? deleitem-se até com a incongruência entre título e corpo da notícia, onde no título se fala em "incidentes EM manifestação" e na notícia em "confrontos DEPOIS da manifestação".

Para mim, e parece que isso se afasta mais do senso-comum do que do óbvio, o que deu forma à acção de rua foi uma manifestação sem incidentes, com 18 mil pessoas. mas isso, pelos vistos, é só para mim.

O teatro da conjuntura

Não sou de intrigas, mas não me fodam.

Referir a importância de realizar acções de rua com a greve e comparar com o exemplo da França e Grécia implica, de facto, desconversar com humor. Que adoro.

Deixo-vos umas fotografias dos teatros que se andam a fazer por aí.



Eu não quero isto. Comparar a importância da acção de rua numa greve com o que se passa na Grécia e França é um insulto à democracia e ao bom senso, mas ok.

domingo, 7 de novembro de 2010

RRRRRRRRRRRRRRRR, com amor

Nem sou de intrigas, mas aposto que nesse artigo o que está em causa é a existência, ou não, de uma manifestação ou outra acção de rua, como o é um teatro, um arraial ou um concerto. Se isso preconiza no imaginário de alguns a ocorrência de protestos fisicamente violentos, quem sou eu para lhes condenar a faceta black bloc.

eu acho que a greve seria algo de ridículo: não fosse a tal conjuntura. Infelizmente, há muitos a acompanhar o Felipe e o André,

“Líder do PSD diz que as reformas no Estado têm de ser feitas, mas não contra as pessoas. E aceita a greve de dia 24” in DN

acho eu...



brindo-vos agora com o falâncio, o avião da luta e dos oprimidos: perdeu-se na baixa lisboeta depois de ter fugido do pior pesadelo do Felipe. também acreditam que vai destruir portugal?

tenham medo. tenham muito medo.



da linha ténue: pacifismo ou raiva recorrente em cada R populista?

Entro a meio para deixar um bónus para o intelecto, retirado de Esquerda.Net e intitulado o ABC da greve - não vá alguém não saber muito bom como agir:

8 – A greve geral não vai ter expressão de rua?

R: A expressão de rua por essa Europa fora tem vindo a dar uma maior visibilidade à luta dos trabalhadores, a que se juntaram, como vimos em França e na Grécia, os desempregados, estudantes e precários, pelo que era importante dar-se forma a essa expressão.


Podemos criar aqui uma discussão para ver quem se lembra das melhores formas de dar expressão de rua. Queimar carros, apedrejar polícias, parar cidades e distribuir cocktails Molotov aos cidadãos não conta, isso é dos nossos amigos. E tem que ser grande a nossa expressão de rua, para além de pequenos e oprimidos estamos habituados a cenas megalómanas.

Sugiro que se faça um cerco ao aeroporto e se raptem dois aviões. Um seria o Precário e outro o Desempregado - alguém os pintaria por fora para o comum poder identificar na televisão (e além disso esta malta é muito habilidosa com uma lata). Faziam uma corrida na pista, e quem ganhasse teria oportunidade de se despenhar em São Bento, que sorte, isso até era capaz de eleger o nosso Duende Manuel Alegre e tirar o Cavaco fora de cena.

Seria perfeita a metáfora: estamos a ver quem ganha a corrida para destruir o nosso país mais depressa.

(Espero não ser só eu e o André a achar esta greve algo de ridículo dada toda a conjuntura. Espero mesmo.)

Até logo,

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

da sátira: fazer greve não leva a lado nenhum

Tu sabes,
conheces melhor do que eu a velha história. Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Eduardo Alves da Costa

Aula nº 7

Sumário:
-A greve é um fetiche?
-Parar um país é anti-democrático?



Na minha modesta opinião, não há greves boas e, em situações “normais”, ninguém desejaria uma. É um dia de ordenado não ganho, é o transtorno de ter transportes parados, é a chatice de viver à custa de serviços mínimos ou ainda a aventura de arriscar oferecer à entidade patronal uma razão atendível para uma dispensa de serviços. Se quiserem, o PIB não cresce e a despesa não diminui, aceito. O que acontece, é que pacotes de medidas onde os salários são reduzidos, os abonos de família cortados, as prestações sociais diminuídas, as pensões congeladas e os impostos (não progressivos) aumentados, no país em que um quinto da população vive a baixo do limiar da pobreza e os cinco maiores bancos lucram mais por dia 4 milhões, não pode e nunca poderá ser uma situação normal. A greve assume assim o papel de mal necessário, de arma de recurso das classes ofendidas. Daqui distingo três vias: pode a greve ser considerado acto de mera raiva pela consciência de que a vida como até agora tem sido, vai piorar, pode a greve ser um protesto construtivo de combate por uma alternativa ou pode a greve ser o medir de forças entre trabalhadores e capital financeiro. Gostaria imenso de perscrutar cada um dos pontos! Tenho no entanto, neste momento, falta de tempo crónica.
Acrescento só, e no âmbito da terceira alternativa, que acho piada quando ricos moralistas vaticinam que com o aumento da dívida pública e a falta de sexappeal para seduzir os mercados financeiros, no médio prazo, podemos até ficar sem capacidade de importar combustível. Pois bem, em frança viveu-se mesmo o drama, escassez de gasolina. Não por falta de liquidez, mas porque os trabalhadores das refinarias decidiram não trabalhar. Efeito colateral da greve: lembrar o que anda esquecido, que o maior activo de uma empresa e de um país, são os seus trabalhadores. Justamente os mais ostracizados pelas medidas correntes.
Agora, perguntar se é pouco democrático parar um país inteiro? Opá, podiam parar uma cidade, ou uma aldeiazita... mas não sei se assim o mediatismo pretendido teria o sucesso suficiente para o assunto ser falado no eixo do mal, e estar a ser referido neste blog. Se um país pára, só pode suceder que o grosso da população assim o queira. Mais, fizeram uma sondagem e 70% dos franceses apoiam a greve. Então, e afinal de contas, o que é democracia?

Aula nº 6 (em resposta à brilhante aula dada pelo nosso Fernando)

Nota prévia: no outro dia, sem nada de jeito para fazer em casa, pus-me a ver televisão. O problema é que era Sábado e era um pouco tarde. Vi o que estava a dar na Tv e pensei: bem, não é tarde nem é cedo para aprender alguma coisa com quem sabe – O Eixo do Mal.

Azar dos azares e dou comigo a prestar atenção a algumas citações magníficas que ficarão para a história de um dos colegas do nosso Fernando – O grande Daniel Oliveira.

Eis então a pérolas oferecidas do grande Daniel no Eixo do Mal, após ter sido questionado sobre os acontecimentos em França:
1. “Eu que não sou fã dos franceses, mas nestes momentos sou.”
2. “É gente de fibra!”
3. “São os únicos europeus que estão a reagir como se deve reagir!”
4. “O que aparece sempre nas televisões é o carro a ser incendiado, mas o que está a acontecer em França são paralisações de enormes dimensões e manifestações pacíficas de milhões de pessoas. Os carros é um pormenor mediático!”
5. “O que está a acontecer em França são manifestações democráticas (faz parte da democracia) de milhões de pessoas; greves democráticas (faz parte da democracia)!”


Nesse mesmo programa, foram levantadas algumas questões e um pequeno comentário que servirão para todos os nossos leitores reflectirem:
1. Democracia é parar aeroportos?
2. Democracia é bloquear o país todo?
3. “Isto é um ataque feroz à democracia porque o que se passa em França, não é democracia nenhuma porque isto de vir para a rua incendiar carros, de fazer manifestações e bloquear o país todo não tem nada a ver com democracia.”


Última nota: Penso então que nos resta esperar que dia 24 deste mês seja um dia marcado por uma greve democrática e por manifestações democráticas, porque isso faz parte da democracia.

"O filme do ano"

Não sou um grande especialista em cinema e a frase que dá o título a este post não é minha... Mas já tinha avisado!!

Gostei do que vi e o que diz este senhor é o que podem esperar do filme (para quem ainda não o viu).

Vale a pena. Recomendo.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Aula nº 4

Bastantes eram as “lições” que corriam sobre António Oliveira Salazar (o Grande Português), sobretudo nos primeiros tempos, em que a sua preocupação de poupança tinha impressionado o Povo.

Eis, pois, algumas dessas “lições”:

1)
- Pergunta a Salazar: "Dois e dois, quantos são?".
- Resposta: "Sendo para pagar, são 4. Mas para receber, são 22!".

2)
- Senhor presidente, "Hoje não apanhei o eléctrico, vim a correr atrás dele e poupei oito tostões" - disse o funcionário público, um contínuo, a querer agradar a Oliveira Salazar ao entrar no seu gabinete no Ministério das Finanças.
- O ditador respondeu de imediato: "Fez bem, mas se viesse atrás de um táxi teria feito melhor, porque poupava vinte escudos e chegava mais cedo".

3)
- Na ementa de um restaurante, figurava "Bacalhau à Salazar"; perguntou o cliente como era;
- Resposta: "É parecido com Bacalhau à Gomes de Sá, só que com muito pouco bacalhau".

[Via Correio da Manhã e Salazar-Uma vida ao serviço da Nação]

Aula nº 3

Manuela Ferreira Leite pergunta: “Como foi possível o Governo ter conduzido o país a um ponto tal que tornou inevitável este tratamento?"

Sócrates responde: “O estado não pode continuar a gastar como até aqui!”

Aula nº 2

Eis algumas respostas lançadas hoje na AR por Manuela Ferreira Leite:

Resposta ao PCP - “Quem manda, é quem paga! É aquilo que o senhor faz lá em casa aos seus filhos! Enquanto estiveres cá em casa, mando eu!”…. “Ó senhor deputado, se não o faz, devia fazer, que porque era um bom sistema de educação para os seus filhos.”

Resposta ao BE - “Vamos imaginar que o Sr. Deputado Francisco Louça era eleito e que ia ser 1º Ministro. Ninguém tem dúvidas que o Sr. ou apresentava um esquema algo recessivo porque sempre as intervenções do controlo da economia são recessivas, ou então no dia seguinte era a bancarrota deste país”… "E, portanto, Sr. deputado, não queremos imaginar o senhor deputado a primeiro-ministro"!

Resposta ao PS - "Se o senhor deputado tem algum problema com o PSD, alguma desconfiança, alguma falta de crença no PSD não o diga publicamente, senhor deputado, finja, finja que estamos todos muito amigos".

Outra resposta ao PS – "Estão há quatro anos e meio com maioria absoluta, tinham mais do que a obrigação de ter resolvido o problema"…"É preciso dizer às pessoas que a crise vai levar vários anos a ser solucionada e que o PSD, se Deus quiser, há de lá chegar, ainda sem a solução toda feita. E não pode ser por culpa nossa. Estamos a tratar um doente que os senhores quase mataram!”



Resta-me dizer que é com muita pena minha que não tenham havido discursos com esta qualidade quando era Presidente do Partido.

Aula nº 1

O vídeo é grande, eu sei. São 40 e tal minutos de bom portugês. Se não viu, creio que vale a pena perder o seu tempo para aprender qualquer coisa.



[Aqui também]

stay hungry, stay foolish

a-mentira e/ou o seu departamento de "emoções bué fortes", não se responsabilizam se deixares o teu curso, abandonares a tua mulher, abandonares o teu homem ou fugires de casa.

domingo, 24 de outubro de 2010

Função Pública 2010

Descrição no youtube: "Hino da 'Função Publica' para 2010 realizado por funcionários do Departamento Técnico de Planeamento e Urbanismo da Câmara Municipal de Portimão."

"»»»Vamos fazer desta canção um Hino Nacional«««"

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

da progressividade dos benefícios fiscais e outros tesourinhos deprimentes (2)

Fernando, encontrei um vídeo para complementar a tua ideia.

Tirei este vídeo de um blog monárquico. Espero que não te importes.

sábado, 16 de outubro de 2010

o monstro tem coração

e é grande

Jesus Santificado


Acerca da greve geral que por ai se vai organizando encontrei isto pelo facebook.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

da progressividade dos benefícios fiscais e outros tesourinhos deprimentes

(1)

"O contributo dos solteiros sem filhos é ainda mais regressivo. Quem menos recebe vai pagar mais de imposto. Quem mais recebe pagará menos. O agravamento da colecta em IRS vai de 44 por cento para o contribuinte mais pobre até 7 por cento para o contribuinte com mais posses." aqui

(2)




aos 40 segundos "isto conduziria a um aumento da carga fiscal brutal para a classe média" (e um ar indignado)

(3)

"No caso de donativos concedidos a igrejas, instituições religiosas, pessoas colectivas de fins não lucrativos pertencentes a confissões religiosas, o valor a deduzir é corresponde a 130% do valor do donativo." (acerca das deduções à colecta)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

o teste

Fecho os olhos.

Já não consigo ouvir por mais tempo as máquinas e as alfaias lá fora a trabalhar sob o comando do abrasador Sol de Agosto.

O ruído de fora entrou, entrou-me e bloqueia qualquer pensamento que possa querer nascer.

Fecho os olhos para não ouvir.

Deitada num pequeno sofá verde aveludado e quente, ainda me lembro da minha vó contar a história do sofá chegado das Índias pelo meu tio-avô Cândido que enviuvou cedo, infurtúnio da vida,e de logo se entregou à família sobrante.

Fecho os olhos.

Não desejo estar aqui. É o barulho já disse, que me convida a sair.

Os primeiros segundos de penumbra assustam-me. Também não quero estar aqui.

Abro os olhos. Barulho de novo. Não.

Tento de novo o teletransporte da alma e mente para outro lugar, abandonando o corpo naquela sala onde coexistem apenas sofá e barulho. Sim, já nem eu me sinto na sala.

Começo a passear por memórias para assim encontrar o caminho das vontades e ir dar à praça do desejo e do sonho.

Passo por um lindo bosque, o cheiro a terra molhada hidrata-me o rosto que há muito sente os arranhos da vida que passa.

Esta sensação de frescura levou-me a continuar, penetro cada vez mais por entre os braços das árvores.

Subitamente, sinto sob os meus pés um tapete diferente. Se a suavidade e o toque terno que recebia do chão me tinham acompanhado até ali, a dureza dava-me agora as mãos.

Sou atacada pela frieza de um chão de pedra, duro, muito duro. Olho em frente e nada mais vejo se não um longo traço branco que se estende e toca o céu.

Era o tapete de pedra.

Segui, apesar do frio que sentia, dos pés subiu até mim, aquela rasto deixado por alguém ou algo. Estremeço com o frio, agora reconfortava o sofá do tio-avô Cândido, ao chegar defronte de um grande portão.

Só de o olhar senti o seu peso. De ferro era ele, velho, comido, de pose altiva e soberana sobre o traço branco que acabara de percorrer. E sobre mim mesma também.

Empregando toda a minha força sobre a argola do portão, um guincho de dor vindo das dobradiças faz-me arrepiar de novo.

Olho em frente e algo vejo.

Doze grande colunas, quais gigantes de contos infantis,se erguiam do chão e se esperguiçavam de forma sensual até ao céu.

Sobre estas seus capitéis enfeitavam-lhes o cabelo. E sobre estes ainda, repousando serenamente, um frontão recortado, adornado com a mestria de homens cuja beleza queriam atingir.

Por detrás deste conjunto, divinamente agrupado e conjugado, estava

uma porta, pesada também pelo que vi, desta vez de madeira.

Sem lhe chegar, sem lhe tocar, sem a sentir, senti que ali, por detrás da sua imponência, não ia encontrar ruído, máquinas, calor, aveludado ou verde sequer.

Ali ia encontrar o sítio pelo qual meu corpo buscou mas que apenas a minha mente atingiu.

Deixo-me então no sofá para caminhar em direcção à grande porta.

Não sei o seu nome. Não sei para onde me leva.

Mas sei que me convida a entrar.



(Texto escrito sob os olhos de uma imagem representativa de um tempo da Antiguidade Clássica para um teste de diagnóstico de Teoria da Arquitectura. A sua publicação foi decidida Sábado à noite numa conversa animada com a Mariana e o Fernando. A culpa é deles que me tentaram a publicar este texto que me fez duvidar da minha sanidade mental depois de pensar que tinha escrito o acima exposto num teste de faculdade...)