domingo, 30 de janeiro de 2011
As prendas do Presidente
Parece que um antigo Presidente da República gabou-se de ter recebido prendas de Natal que não cabiam em três salas: "As prendas de Natal não cabiam em três salas. Era sempre a mesma coisa, mas, para mim, era absolutamente indiferente quem me estava a dar a prenda. (...) Nunca comprei uma caneta ou um relógio, mas nunca me senti minorado na minha honestidade por causa disso."
Sobre este escândalo político, a ler Nuno Gouveia no blog 31 da Armada:
"Os políticos portugueses, e aqui acredito que não existam grandes excepções, esquecem-se que enquanto ocupam um cargo público estão a representar o povo e não a si mesmos. Por isso, as prendas que recebem durante o exercício dos cargos (e não me refiro obviamente às prendas dos familiares) deveriam ser consideradas como ofertas ao titular do cargo público. Seria bom seguir-se o exemplo que vem dos Estados Unidos, pelo menos para os cargos de Presidente da República, membros do Governo e Presidentes de Câmara. O Presidente pode usufruir dos presentes que recebe enquanto está na Casa Branca. Mas, se porventura quiser ficar com eles depois do mandato terminar, tem de os comprar ao governo, pois são ofertas ao Presidente dos Estados Unidos e não ao individuo que ocupa o cargo. A esmagadora maioria dos presentes acabam por ser doados a instituições de apoio social, enquanto apenas uma ínfima parte fica com o Presidente (os que ele comprar). As prendas mais simbólicas, nomeadamente de líderes estrangeiros, são normalmente usadas nas Bibliotecas Presidenciais."
Cada vez percebo mais a utilidade de termos um Presidente da República. Enfim.
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