Tenho ouvido vozes, mais ou menos legítimas, que pedem uma maior participação política activa e consciente dos jovens, quer a nível nacional, quer a nível escolar. Não raras vezes lhes dou razão, ao mesmo tempo que pergunto: mas que pretextos temos (nós, jovens) para não participar? Entristeço-me cada vez que encontro um motivo plausível.
Fiquei triste quando um novo regime jurídico roubou poder participativo nos principais órgãos de gestão das universidades. Talvez com o argumento de que se os jovens não participam não há necessidade de existirem órgãos onde possam intervir. E no ridículo da sentença, não encontro mais que uma medida inibidora, como quem nos aponta o dedo e reclama: cresçam e apareçam!
Fiquei triste, no passado dia 25, quando no Instituto Superior Técnico, que tenho a honra de frequentar, encontrei perdido um panfleto informativo acerca das eleições para a Associação de Estudantes. Eleições essas a decorrer no próprio dia. Na surpresa e estupefacção reli algumas vezes a convocatória em causa e disse asneiras a cada confirmação de tratar-se mesmo do ano escolar "2009/2010". Falei com alguns colegas e multiplicaram-se os "olha, também não sabia".
E como poderíamos saber?
Não me parece que o sucedido seja digno de uma tão credenciada instituição. As eleições terem sido convocadas e "publicitadas" em segredo (passe a contradição), não deixa de ter o seu engenho. Melhor situação não poderia ter sido engendrada, cumprido já o objectivo de só estar uma lista formada e passível de ser eleita. Sendo a maior parte dos elementos desta nova lista os actuais membros da associação de estudantes, é considerável a facilidade de renovação do mandato. Se a Democracia estivesse presente e visse, não deixaria de se sentir aleijada.
A Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico deve ao seu passado comprovadamente enaltecedor um pouco mais de dignidade. Um acto destes não é inédito e temo que volte a escapar impune. Os requisitos mínimos (e saliento, mínimos) para que o acto eleitoral seja legal terão provavelmente sido cumpridos com um aviso escondido, na sombra de um qualquer local secreto. Enfim, a legalidade está lá. Não concordo que neste caso chegue.
Se uma AE comete tal acto não pode, de certo, vangloriar-se por defender os direitos dos estudantes que representa. Que interesses há, portanto, em tão insistentemente manter-se no poleiro?
Ah, sim, as razões para os jovens não participarem... E talvez não sejam tão descabidas as alegações dos que não participam. O que não deixa de ser triste.
Fiquei triste quando um novo regime jurídico roubou poder participativo nos principais órgãos de gestão das universidades. Talvez com o argumento de que se os jovens não participam não há necessidade de existirem órgãos onde possam intervir. E no ridículo da sentença, não encontro mais que uma medida inibidora, como quem nos aponta o dedo e reclama: cresçam e apareçam!
Fiquei triste, no passado dia 25, quando no Instituto Superior Técnico, que tenho a honra de frequentar, encontrei perdido um panfleto informativo acerca das eleições para a Associação de Estudantes. Eleições essas a decorrer no próprio dia. Na surpresa e estupefacção reli algumas vezes a convocatória em causa e disse asneiras a cada confirmação de tratar-se mesmo do ano escolar "2009/2010". Falei com alguns colegas e multiplicaram-se os "olha, também não sabia".
E como poderíamos saber?
Não me parece que o sucedido seja digno de uma tão credenciada instituição. As eleições terem sido convocadas e "publicitadas" em segredo (passe a contradição), não deixa de ter o seu engenho. Melhor situação não poderia ter sido engendrada, cumprido já o objectivo de só estar uma lista formada e passível de ser eleita. Sendo a maior parte dos elementos desta nova lista os actuais membros da associação de estudantes, é considerável a facilidade de renovação do mandato. Se a Democracia estivesse presente e visse, não deixaria de se sentir aleijada.
A Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico deve ao seu passado comprovadamente enaltecedor um pouco mais de dignidade. Um acto destes não é inédito e temo que volte a escapar impune. Os requisitos mínimos (e saliento, mínimos) para que o acto eleitoral seja legal terão provavelmente sido cumpridos com um aviso escondido, na sombra de um qualquer local secreto. Enfim, a legalidade está lá. Não concordo que neste caso chegue.
Se uma AE comete tal acto não pode, de certo, vangloriar-se por defender os direitos dos estudantes que representa. Que interesses há, portanto, em tão insistentemente manter-se no poleiro?
Ah, sim, as razões para os jovens não participarem... E talvez não sejam tão descabidas as alegações dos que não participam. O que não deixa de ser triste.