"Fernando Nobre avança para a candidatura à Presidência da República pela mão de Mário Soares.", noticia o i
O currículo de Fernando Nobre, conta uma história. A história de um homem meritoriamente ligado a questões humanitárias. A história digna e honrosa do papel que desempenha e tem vindo a desempenhar, de quem vive o dia-dia de braço dado com propósito de defender a condição humana. Essa história, jamais sairá maculada.
O seu passado conta também, num outro domínio, um trajecto partidário incapaz de colher amores sinceros, caiado de PSD, PS e Bloco. Fernando Nobre não é de nenhum partido.
Dizer que existe uma ala do PS que vê mais nele que em Alegre a possibilidade de uma união à esquerda, é motivo de suscitar teorias: ou Soares não deixa fugir o bichinho orgulhoso e patrocina num acto vingativo um candidato contra o seu opositor de 2005, ou vêm à tona os anticorpos criados pelo apoio madrugador do Bloco a Alegre... seja qual for a razão, como é que, da forma como as peças se encontram no tabuleiro, alguém encontra em tal candidatura uma hipótese de unir a esquerda?
Fernando Nobre vai recolher os votos de quem vive farto de partidos, e procura a bondade de um messias anti-político. Mais, irá disputar os votos de quem decididamente não vota Cavaco e apenas votaria Alegre à falta de um mal-menor. Continuam sem homem as vozes da esquerda que odeiam Alegre pelo seu background de partido socialista e procuram um candidato com um posicionamento melhor definido e a firmeza necessária para que não fiquem dúvidas da forma de como este agirá, aquando da eventualidade de ter que dar umas palmadas a um qualquer sócrates. Continua sem homem o PCP. Acredito que continue sem homem a parte do PS que encara como bem diferente o percurso ou estofo que importa para presidir à AMI ou para viver em Belém, e procura um peso-pesado da casa, do género Jaime Gama ou Vitorino.
Congratula-se até agora, a cidadania por quem Fernando Nobre se candidata, e a ala pro-soares de quem se diz oficiosamente ter dado o empurrão necessário ao médico.
Congratula-se a direita, que certamente não abrirá mão de Cavaco, ciente de quem nunca um re-candidato à Presidência da República e em funções, foi derrotado, Com a felicidade de quem vê a esquerda perder-se em labirintos e minúcia.
Por vezes pensar pouco e não dar muitas voltas, compensa. A direita sabe-o melhor que ninguém.
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