segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

falar sozinho no metro

Ontem à noite apanhei uma pessoa a falar sozinha no metro enquanto olhava para um saco de compras. Primeiro enumerou tudo o que havia comprado depois decidiu que era importante chamar nomes ás janelas, só por se ter esquecido da pasta de dentes. Parvoíce, pensei. Coisa sem nenhuma razão de ser, essa a de falar para o ar, no meio de um metro. Não se conhece quem vai ouvir. Não se sabe quem vai ligar. Não se adivinha o que vão pensar. No máximo, é um gesto inofensivo. Claro que podia não ligar, afinal, era só alguém a quem os pensamentos pesavam ao ponto de ter que despejar alguns pela boca. Sim, podia não ligar, talvez fosse apenas uma pessoa com a convicção de que se a pasta de dentes ouvisse, havia de fugir do supermercado, correr e saltar para dentro do saco (há tantas convicções estranhas por aí!). Podia não ligar, mas decidi partilhar isso aqui no blog. Faço-o sem conhecer quem vai ler, sem saber quem vai ligar e sem adivinhar o que irão pensar.

1 comentário:

  1. Em tempos de crise até foi bom: essa pessoa poupou cerca de 1 euro e meio... que agora, nos tempos modernos, se diz 300 escudos e uns centavos!

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