quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Aqui jazz (II)

Chego à conclusão que o assunto destas próximas linhas vais ser a vergonha.

O Aqui Jazz era, de facto, o melhor bar da Guarda. O seu fim é de uma pena vergonhosa.

Já que o assunto foi levantado, quero trazer para a conversa uma banda. São os Portico Quartet. De há uns tempos para cá, a circunstância fez-me associar esse seu nome a um grupo terrorista de linchamento de pórticos de portagem. Nem essa imagem pouco romântica tirou da minha cabeça um pouco que fosse do prazer de os ouvir. Já falei deles há uns tempos, e é uma vergonha eu ser tão repetitivo. A minha música favorita é esta,

  


acho cada vez que a ouço imagino uma curta metragem qualquer. Talvez a música arrisque ser herética ao tentar contar uma história se apoiar nas palavras. Mas por falar em histórias,

   


o instrumento que dá um som tão característico a estes tipos aparece aqui logo no inicio desta música. Chama-se Hang e foi criado apenas em 2000. Se souberem dum instrumento mais novo que este avisem. Diz que só há duas pessoas no mundo a construi-los. Fazem-se por encomenda. Cada um custa uns parcos mil ou dois mil e tal dólares, e é uma vergonha que não me paguem por este espaço publicitário. É também uma vergonha ter roubado, além do tema, o formato ao Felipe. Como penitência, abro o meu coração à partilha e confesso-vos a minha segunda musica favorita,


  


No fundo, a vergonha é um útil mecanismo de defesa. No quotidiano, talvez contra a exuberância ou os maus-costumes. Paralisa-nos quando tem que paralisar. Ou faz-nos agir quando a inércia se transforma em desconforto. Aqui, defendeu-me de não ter coisa nenhuma para falar. Que vergonha.

Sem comentários:

Enviar um comentário