terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Knorr: caldo de Burnout

Quase que apetecia um canto em jeito de vénia nobre, meu nobre Fernando. És extraordinariamente anormal. E vais na carruagem dos que ficam.
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Quisemos mais um. João Valente Jorge. Apaixonado de profissão. Com aversão a frases curtas, a explicações ligeiras, em jeito de brisas passageiras. Poeta portanto, com grande encanto. Um metro e meio, dois mamilos num só seio. Bom rapaz. Vamos ver do que é capaz:
"Knorr: caldo de Burnout Facto: O suicídio é a principal causa de morte entre os profissionais de saúde. Dizem os peritos que isto é tudo devido ao excesso de stress a que os nossos curandeiros estão sujeitos. Chamam-lhe “burnout”. Queimam os médicos, os enfermeiros e até senhora que prepara as deliciosas paparocas de hospital. Queimam-nos com faíscas de trabalhos forçados, com orçamentos reduzidos, com celibatos de 24 horas e ainda querem que o SNS funcione! (O SNS não funciona se continuarmos a pedir tanto à senhora do refeitório…).

Que é uma triste realidade, é verdade - conviver com a morte e com a moribundice todos os santos dias… E chegar a casa ter que cozinhar para a solidão porque o amor e o social fugiram enquanto andava aos amassos com o estudo (É mentira!). Lá estão outra vez os peritos a dizer que isto tudo é impulsionado por múltiplos factores dos quais me chamou especial atenção um que dizia: Ambiguidade e conflito de papéis. Ora, onde é que está a ambiguidade e o conflito de papéis entre o médico e a senhora Rosa que faz aquelas fantásticas águas com sabor a knorr caldo de legumes? Ambos nos dão “caldinhos” e “mixórdias” de sabor horrível. Ambos nos baralham com termos difíceis (O medico diz: O principio activo é Fosfoenolpiruvato; A Sra. Rosa diz: Bote isso pela goela abaixo, até ao bandulho.) Então como é que os Chô Tores subsistem sabendo que a Rosa da cantina faz o mesmo que eles mas em vez de bioquímica usa regionalismos? Bom, acho que é por aprenderem lições de vida com o doente moribundo da cama do meio do quarto número 7 da ala de psiquiatria… Ou será que é por salvarem o sorriso da velhota que sai com uma cicatriz no peito?
Os que não conseguem arrancar sorrisos matam-se.
Eu digo que é tudo mentira. Para mim é só a forma mais fácil que arranjaram de escapar a um mundo de tramóias e falecimentos no corredor. Podiam tirar uns dias de férias, mas preferem o descanso eterno – mandriões!"
PS: Mais um feliz mentiroso suicida. Afinal, somos todos iguais.

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