sábado, 29 de outubro de 2011
the meaning of life (II)
A partir das cinco da manhã os corpos deambulam cansados de ter direção nos passos. António entrou no bar sem saber porquê (nunca soube!), a partir das cinco da manhã os porquês perdem-se no frio da noite. Entrou. Conhecia desde sempre a mulher do balcão, feia na forma despegada do mundo com que enchia os copos velhos. António chamava-lhe menina, alheado da sua idade avançada. Reconheceu ao fundo o maneta. Pelo tardar da hora já devia ter contado as suas histórias de guerra dez vezes. Acenou-lhe o tempo necessário para o tomarem por simpático, sem cair no exagero de ser fraterno. A fraternidade esgota algibeiras, por aqueles lados. Sentou-se ao balcão. Havia barulho no ar, gritos. Um corpo adormecido a dois bancos de si podia estar morto (estava?).
António sentia-se sereno. Sabia que lá fora era Outono e ali dentro era apenas a sua casa. A menina do balcão (não menina, mãe) perguntou já chegaste? e António disse não, que só chegaria realmente quando o chão fossem cacos de vidro, o ar fosse somente cheiro a álcool e a música o silêncio de inalar sozinho o último bafo da noite.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Informação para ser analisada pelos Fernandos antes de irem gritar para as Manifs de hoje e do amanhã (III)
domingo, 16 de outubro de 2011
Breves conclusões da Assembleia popular e da implantação da tal Democracia participativa que os Fernandos defendem
"Sinceramente, parece-me que esta opção vai é exaurir o protagonismo e utilidade de partidos como o PCP, os Verdes ou o Bloco. Não tenho grandes dúvidas de que a recente diminuição de representatividade dos ditos tem a ver com estes movimentos anti-partidários de crítica difusa ao regime. Se a simpatia por aqueles partidos depende de uma predisposição para aderir a modas e ao politicamente correcto (mais no caso do Bloco, admito), então não há como vencer a concorrência desta alternativa de militância bissexta, onde aliás a irresponsabilidade é ainda mais acarinhada. Ao pé disto, até o Bloco é uma chatice. A abstenção indignada é o novo Bloco.
Por este caminho, o futuro da esquerda é um beco sem saída: muito poder onde ele não serve para nada (a rua) e nenhum onde ele pode servir para alguma coisa (as instituições democráticas)."
[Via 31 da Armada]
Informação para ser analisada pelos Fernandos antes de irem gritar para as Manifs de hoje e do amanhã (II)
«PS classifica de "ridículas" cartas de Catroga enviadas ao Governo
Vitalino Canas foi um dos dirigentes do PS que considerou as sucessivas cartas do PSD ao Governo a propósito da ajuda externa "ridículas", acusando os sociais-democratas de provocarem "agitação" enquanto decorrem as negociações com a 'troika'. O economista Eduardo Catroga escreveu, ontem, uma quinta carta ao ministro da Presidência sobre a ajuda externa a Portugal, na qual afirma que o PSD continua sem receber informação suficiente do Governo, mas que o partido assumirá as suas responsabilidades.»
A prova de que o actual Governo quis saber atempadamente qual era o estado das finanças portuguesas, mas que continuava até ao dia 3 de Maio sem receber informação suficiente! Foram 5 cartas!
E o que é que fazia o PS? Achava essa atitude "ridícula".
Não se lembram? Leiam aqui.
Mãe, descobri 6 anos depois que afinal temos PRESIDENTE DA REPÚBLICA!
Alguém que lhe diga que este discurso devia ter sido feito 6 anos atrás! Estava actualíssimo!
O Presidente da República apresentou na 4ª feira (12 Outubro) numa conferência em Florença, Itália, as suas propostas para uma resposta "europeia, sistémica e eficaz" à crise do euro e alertou para o facto de não haver tempo a perder, sob pena de se colocar em causa toda a construção europeia.
As causas da crise...
Cavaco, que é hoje o único político no activo que participou no Tratado de Maastricht (Fevereiro de 1992) que instituiu a moeda única - presidia aliás na época como primeiro-ministro ao Conselho Europeu - recordou que o euro não é a causa da crise, mas sim "as politicas erradas seguidas pelos Estados-membros" e uma deficiente supervisão das instituições europeias.
O Presidente lembrou também que a execução do Tratado ficou aquém do que se exigia, dando-se assim um "mau sinal" aos mercados, e sublinhou que a União tardou a reconhecer a natureza, a escala e a resposta à crise.
"Enredada numa retórica política de recriminações mútuas, evitando reconhecer a responsabilidade partilhada, ignorando a evidência dos riscos de contágio, hesitando na solidariedade, oscilando nos instrumentos a usar, promovendo uma deriva intergovernamental, a União Europeia deu guarida a uma crescente especulação sobre a zona euro, alimentando as incertezas sobre o próprio futuro da moeda única", afirmou.
... e as propostas de Cavaco
Para o Presidente português, a UE tem "os recursos, instrumentos e meios" para superar a crise, mas falta-lhe vontade política. Neste sentido, propôs um leque de medidas "que se impõem e não podem esperar" e que, em síntese, são aquelas que anunciou na entrevista à TVI, há duas semanas.
São elas uma maior dimensão do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), uma intervenção mais ampla do Banco Central Europeu associada a uma condicionalidade estrita que garanta da parte dos Estados em dificuldades o cumprimento das políticas e reformas necessárias, e a recapitalização dos bancos europeus, de modo concertado e por meio de instrumentos à escala europeia.
Quanto aos eurobonds, o Presidente considerou-os uma "poderosa resposta a esta crise", mas não para já, pois a sua implementação e clarificação demorariam muito tempo. Do mesmo modo, manifestou-se a favor de uma revisão a prazo do Tratado de Lisboa.
Nesta intervenção, Cavaco Silva voltou a repetir aquilo que já disse internamente: que a politica de saneamento das finanças tem de ser acompanhada pela recuperação económica e criação de emprego, sob pena de "ter um resultado socialmente insuportável". Para o Presidente, é à UE que cabe o papel central na promoção desse objectivo.
Sobre Portugal, o Presidente - que se declarou "preocupado mas confiante" - limitou-se a garantir que o programa será cumprido na íntegra e que o país honrará os compromissos, restabelecerá o equilíbrio das finanças públicas e levará por diante as reformas estruturais indispensáveis.
Fonte: Expresso
sábado, 15 de outubro de 2011
Informação para ser analisada pelos Fernandos antes de irem gritar para as Manifs de hoje e do amanhã
LICENCIATURA JÁ NÃO BASTA
“Um estudo da OCDE deita por terra a teoria de que ter uma licenciatura abre portas no mercado de trabalho. Segundo os dados daquela instituição, em Portugal o risco de uma pessoa com o ensino secundário ficar desempregada é exactamente o mesmo de alguém com estudos superiores.
Os dados constam do estudo relativo a 2010, e agora divulgado, que revela que Portugal é o país em que, para ficar desempregado, o que menos interessa são as qualificações académicas”
Keynes vs Hayek (II)
direito de resposta
já analsei e ainda assim fui à manif de hoje, vou continuar a ir e recomendo a ida.
encontrei por lá os slogans, os gritos e os cartazes do mais criativo que já vi. pena o miguel criativo estar a bater punho e a rentabilizar num canto qualquer: ele ia gostar.
Vídeos para serem analisados pelos Fernandos antes de irem gritar para as Manifs de hoje e do amanhã (II)
- "De facto as empresas não oferecem emprego. Neste momento, as empresas compram trabalho"
- "Esta ideia antiga que os empresários draconianos fazem mal às pessoas terminou"
- "As empresas não estão sensíveis a licenciaturas. Estão sensíveis aos negócios"
- "O 1º passo é as pessoas conhecerem-se, saberem o que é que fazem e qual é que é o valor que trazem ao mercado, porque se elas não trouxerem valor ao mercado, o mercado não compra. Eu não vou gerar uma oportunidade para 1 pessoa de 3 ou 6 meses na minha empresa só porque ela tem uma licenciatura. Não chega. Não é suficiente"
- "CV, ao contrário do que muitas pessoas pensam não é Curriculum Vitae, é Canal de Vendas"
- "Repare: tirei uma licenciatura em Gestão de Relações Públicas e Comunicação para Empresas. Eu não sei o que é que é isso! Num país onde há 87% de empresas que não tem mais de 9 pessoas, uma empresa de 7 ou 9 pessoas compra Comerciais, não compra Gestores de Relações Públicas!"
- "... empresas procuram propostas de valor, procuram atitude e esta malta nova que quer fazer, que quer chegar 2ª feira à empresa e fazer e resolver, que não deita os braços para baixo, que acredita que é possível fazer mais e que é possível fazer melhor!"
- " Eu costumo dizer muitas vezes que por cada orçamento que desse, eu fechasse um negócio, eu estava rico! E esta malta nova tem que chegar e bater a uma entrevista. Não funciona: 2. Não funciona: 3. Não funciona: 40! Bater punho até as entrevistas começarem a surgir negócios"
- "As pessoas interiorizaram a ideia de que têm de ir para a faculdade, tirar um curso e que depois as coisas se vão miraculosamente se concertar. Não vão! As pessoas têm é que gerar a dita oportunidade. O que nós vemos é que as pessoas não sabem como gerar a oportunidade"
- “Em Portugal neste momento há toneladas de designers e eu não sei o que é que se vai fazer a esta gente. São mesmo muitos”
- "O QUE NÓS TEMOS EM PORTUGAL É MUITA GENTE QUE ACHA QUE TEM MAIS DIREITOS DO QUE DEVERES. EU ACABEI UMA LICENCIATURA, SOU ESPECIAL E AGORA ALGUÉM ME TEM QUE ARRANJAR TRABALHO. NÃO TEM NADA! TU ACABASTE UMA LICENCIATURA AGORA TENS QUE ESFORÇAR PARA GERAR OPORTUNIDADE PARA CAPITALIZARES O INVESTIMENTO QUE JÁ FIZESTE!”
- “Que se engane muito redondamente, quem pensa que os empresários não estão aqui para dar oportunidades às pessoas, porque o que eles mais querem é ganhar dinheiro!”
Miguel Gonçalves, no programa Prós e Contras
Vídeos para serem analisados pelos Fernandos antes de irem gritar para as Manifs de hoje e do amanhã
- "Quatro meses de Governo é que desequilibraram o país? Ou foram seis anos de mentira? Sem partidarismos fosse este partido ou o outro ou outra coligação que lá estivesses. Não nos enganem mais.."
- "Em relação a situação a que chegamos até agora eu continuo a espera que os responsáveis como aconteceu em outros país sejam chamados a dizer-nos porque é que fizeram negócios do estado absolutamente ruinosos?
E o Sr. Procurador da Republica foi avisado por Juízes ou ex-Juízes do tribunal de contas que tem os relatórios todos de que é que esta a espera para se por a investigar a sério o que é que foi feito?"
- "Que se chamem pessoas que continuam alguns no Parlamento a justificar o injustificável e que respondam não só em termos políticos mas em termos judiciais, respondam ao país, que foi muito grave o que fizeram. E aqui há governantes, ministros, secretários de estado e outros que já haviam de estar a responder por isto..."
José Gomes Ferreira, sub-director da SIC
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
BE, um partido de maratonistas
Depois de mais uma derrota, Louçã diz que o BE não desiste, porque é um partido de maratonas. Concordo em absoluto.
[via Henrique Raposo]
Roubini, o profeta das crises, está a tentar vender a sua empresa
O "New York Post" escreve que também não é certo se Roubini vai permanecer como "chairman" na eventualidade de a venda seguir em frente, dada a ligação intrínseca da empresa ao seu nome.
Esta é a prova que é mais fácil fazer tarot.. do que gerir uma empresa!
Ler também nO Insurgente: O fenômeno dos relógios parados
domingo, 9 de outubro de 2011
the meaning of life (I)
O que traz? Perguntou em jeito de cumprimento um sujeito engravatado. Ia sentar-se para responder à pergunta, mas reparou que não havia cadeira do seu lado da mesa. Timidamente tirou do bolso um anel de ouro do baptizado do seu filho. Depois um colar com uma pedra azul. Tinham-lhe dito que pertencera a uma avó, mas no fundo ninguém sabia. Da mochila tirou o livro da segunda classe com que aprendera a ler. Quanto vale isto? Perguntou orgulhoso pela riqueza dos seus pertences.
Vinte euros e não queremos o livro.
Recebeu a nota e saiu da loja. Saiu leve, o dinheiro pesa menos do que as memórias. Aconchegava-o saber que era um humano em plena autonomia durante mais vinte euros. O senhor José desevolveu esse tacto curioso de medir as horas pelo dinheiro e não pelos relógios. Achava-os estúpidos. Por exemplo, a sua hora de almoço não era à uma ou duas horas da tarde mas sim aos quatro euros. Subiu a rua porque finalmente, era hora de almoço. Pelo caminho lembrou-se da sua segunda classe, dos jogos da bola, do recreio e das professoras. Ainda bem que não ficaram com o livro, magicou com um sorriso escondido.
sábado, 8 de outubro de 2011
"Há mais vida para além do orçamento"
Eu segui o conselho do Jorge e meti-me numa cena-bués-da-fixe, em que não sou accionista maioritário. =p
Se gostarem de Gestão, ou de Marketing, ou de Desporto visitem-me que vão encontrar apenas conteudos de excelência! Se não gostarem, visitem-me à mesma que eu não me importo!
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