terça-feira, 5 de junho de 2012

Parcerias Ruinosas – Auditoria acusa Governo de Sócrates de ter agravado a despesa pública

Assino por baixo do que diz José Gomes Ferreira, mais uma vez sobre as PPP:
 
“Esta é a história de um grande conluio entre alguns políticos, bancos, construtoras, consultoras e grandes gabinetes de advogados”

“Se levarem esta investigação até ao fim, não se admirem que muita gente caia”

“Isto vai pesar durante 25, 30, 40 anos nas nossas vidas”

“A conta que vai cair ainda está a subir e vai atingir por ano 2700/2800 milhões de euros a partir de 2014”

“Esta é a história de um conluio que tem coniventes. E podemos citá-los: podemos perceber que havia um secretário de Estado voluntarioso e que está no centro disto tudo [Paulo Campos]… que atravessa os 2 governos de José Sócrates e em que há 2 ministros [Mário Lino e António Mendonça]… e sempre um primeiro ministro”

“Isto foi de tal maneira um conluio que levou a que se favorecessem esses interesses todos”

“E havia ainda um ministro das finanças [Teixeira dos Santos] e um secretário de estado do tesouro [Carlos Costa Pina] que sabiam o que estava a acontecer e que nunca deram o murro na mesa”

“E a Procuradoria já vem tarde, porque já todos percebemos há muito tempo que há aqui indícios de favorecimento de muita gente.”

“É num país que ia entrar numa situação de financiamento muito complicada, com juros a subir, com a dívida externa a pesar, e em que um Presidente da República apercebeu-se muito bem em 2007 que ia ser feito uma loucura com as Estradas de Portugal com o novo modelo de financiamento, foi-lhe levado o diploma, teve dúvidas, pediu esclarecimentos e depois assinou? Assinou uma coisa destas? Ainda hoje estou para perceber porquê e durante muitas décadas os portugueses vão pedir ao nosso presidente Cavaco Silva uma explicação porquê que assinou isto?”

“Aqui em Portugal, juízes, procuradores, investigadores e Ministério Público, todos fazem o seu trabalho e depois chegam ao fim e há sempre por um lado garantias e por outro existe uma coisa que se chama inversão do ónus da prova que é proibida: toda a gente pode ter 30 mansões e desde que não se encontre ligações entre uma assinatura de um contracto e o facto de ter essas 30 mansões ninguém pergunta mais nada a ninguém. Chama-se enriquecimento ilícito que os nossos políticos não quiseram legislar. O mal vem do Parlamento e mais uma vez estes negócios arriscam-se a ficar impunes quando está na evidência de todos que houve aqui favorecimento ”

“O país está em estado de urgência e de emergência. Evoque-se uma coisa que se existe que é um princípio genérico de direito – contrato leonino – para se dizer que não se cumprem… e deve ser evocado urgentemente, porque houve aqui um cinismo tão grande na construção destes contractos. Aquele gráfico que vimos com o impacto financeiro daquelas responsabilidades levou que até 2013 a factura não seja muito alta, andava relativamente baixa e a partir de 2013 aquilo dispara. Quem imaginou isto em 2005? Um governo [Governo de José Sócrates] e um Partido [Partido Socialista] que pensavam que ficavam no governo 2 legislaturas, que acabava no final de 2012. E isto é de um cinismo e de uma frieza atroz, e ficámos todos comprometidos com uma conta que não podemos pagar.”

“Eu arrisco a dizer aqui que se houver razão para nós pedirmos um 2º resgate, esta vai ser a principal razão. Portanto, têm que se cortar já estes contractos.”

“Chega ao desplante de a Troika vir dizer: se não conseguirem cortar nos contractos , chamem a opinião pública para vir pressionar estes senhores. Por amor de deus, onde é que estamos? Nós somos cidadãos! Vamos exigir que sejam responsabilizados! Vamos exigir que se corte! É um dever de todos nós!”

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