terça-feira, 19 de novembro de 2013

To Bite the Bullet (or Bite the Dust)

bite |bīt|verb ( past bit |bit|past part. bitten |ˈbitn|) [ intrans. ]
(…)

PHRASES
(…)
bite the bullet decide to do something difficult or unpleasant that onehas been putting off or hesitating over. [ORIGIN: from the old customof giving wounded soldiers a bullet to bite on when undergoing surgery without anesthetic.]

bite the dust informal be killed and the bad guys bite the dust with lead in their bellies. • figurative failcome to an end she hoped the new program wouldnot bite the dust for lack of funding.

A primeira expressão é de Kipling, a segunda é conhecida pela música dos Queen (e de um certo desenho animado que dava na TV quando eu era pequeno, acho que era do Hulk Hogan, mas por favor verifiquem no Google). Gosto muito da expressão e do seu significado. Aparentemente, a expressão teum um uso especial em filosofia, significando a capacidade de aceitar as consequências daquilo que acreditamos. Porque tenho o infortúnio de pertencer a esta geração em que o inglês always comes in handy, bite the bullet é o mesmo que embrace the consequences, mesmo as más, sobretudo as más.

Tenho usado o que nela há de útil nas últimas semanas, para o 'bem' e para o 'mal'.

Para o 'bem' — para efeitos humorísticos:
-Tenho de ligar os bicos do fogão com um fósforo. Nada mais fácil. Porém, o meu primo pergunta se eu preciso de ajuda (ele não sabe quão simples é a minha tarefa). Ao invés de recusar, aceito a ajuda. O momento foi embaraçoso quando ele percebeu o quão inútil foi a sua ajuda — o quão fácil era para mim a tarefa que tinha em mãos. But I bit the bullet e aceitei a ajuda.

(É como a mulher que está a estacionar o carro com dificuldade e o homem que está atrás pergunta enervado: é preciso eu ir aí fazer por si? Sim, é. A mulher sai do carro, entrega as chaves, e ele é obrigado a aceitar. It's funny.)

Para o 'mal' — para efeitos de compaixão:
-A minha tia lembrou-se dos tempos em que passávamos férias juntos no Algarve. Foram ótimas ótimas férias, dos meus 10 aos meus 14 anos. Estava saudosista. Era fácil minimizar a coisa; dizer que não valia a pena pensar nisso; que os tempos também são bons agora. (Agir na defensiva.) Mas não. Porque ando a pensar nisso de bite the bullet, aceitei ficar triste. Não quis minimizar. Aqueles tempos também significaram muito para mim. São tempos que não voltam. É melhor a minha tia saber que para mim também significou tanto quanto para ela; não podia fingir e desviar o olhar. Aceitar a bala, morder a bala e ficar triste. E assim fiz.

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